Flames, jikook

[01] Arte

"A diferença entre uma pessoa antes e depois de se apaixonar é a mesma entre uma lâmpada acessa e outra apagada. A lâmpada estava ali e era boa, mas agora além de tudo, irradia luz, que é sua verdadeira função."

Vincent van Gogh.

Denver, Colorado, Estados Unidos.

O outono no Colorado é marcado por suas cores fortes e paisagens deslumbrantes. A temperatura está mais elevada do que o habitual, é um clima bastante agradável e cá entre nós, é a minha estação do ano favorita.

Meus olhos estão fixos na pintura a minha frente, uma grande tela azul com detalhes em vermelho. Aos olhos de qualquer pessoa que não consiga absorver o que a pintura transmite, pode considera-lá um mero quadro azul. Porém, aos meus olhos, são cores vibrantes que refletem os sentimentos de quem o pintou. Uma pintura é sempre uma história, um sentimento.

O artista da obra em questão preferiu manter anonimato, eu adoraria conhecê-lo, é uma belíssima pintura. Eu diria que a mais impressionante de toda essa exposição.

Eu sou fascinado pela arte desde criança, eu cresci admirando grandes artistas como Leonardo da Vinci, Salvador Dali, Michelangelo, Picasso, Frida Kahlo... Mas, para mim, não há nenhum como Vicent Van Gogh. Eu sou um grande amante de seus quadros, fascinado por todas as suas obras. Van Gogh era brilhante, não se pode falar de pintura e não mencionar o maior de todos os pintores.

— É uma obra realmente surpreendente. — Ouço uma voz rouca atrás de mim.

E ao me virar, eu me surpreendo com um belo homem jovem, loiro, na faixa dos seus trinta anos. É alto, está vestido em um terno preto elegante e seus olhos são castanhos marcantes.

— Você conhece o artista? — Ele desvia seus olhos da pintura para a minha face.

— Infelizmente, não. — Nega e sorri sem mostrar os dentes. Ele estende sua mão de dedos longos em minha direção e logo se apresenta. — Sou Julian.

Eu ergo minhas sobrancelhas e avalio um pouco mais o homem. Bom, ele é atraente. Bastante atraente.

— Jimin. — Informo e aperto a sua mão ainda estendida em minha direção. Julian sorri largo, agora mostrando os dentes. E eu conheço bem esse sorriso, há interesse oculto.

— Vejo que sabe apreciar uma bela obra de arte. É pintor? — Pergunta curioso. Eu dou as costas para o homem, voltando meus olhos para a obra.

— Esse é o seu palpite?

Um pequeno sorriso dança em meus lábios.

— Eu consigo reconhecer um grande artista de longe. — Julian sussurra muito próximo ao meu ouvido, seu tronco junto as minhas costas. — Acertei?

— Tenho que admitir, sua intuição é muito boa. — Admito. Eu me viro novamente e dessa vez, seu corpo está há poucos centímetros do meu. E preciso confessar, Julian tem um perfume muito bom.

Perfumes são o meu ponto fraco em um homem.

A memória olfativa é algo realmente inexplicável. Cheiros são sempre marcantes, não importa de que forma, um perfume tem a capacidade de desbloquear memórias. Muitas das vezes agradáveis, outras nem tanto.

— Eu sou bom em muitas coisas, se você quiser comprovar... — É ousado. Eu solto um risinho e o olho dos pés a cabeça.

O homem é lindo e eu nunca rejeitei uma transa com um belo homem.