[02] Whisky's

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Em meu aniversário de doze anos de idade, Park Hee-soon me levou para o MoMa (Museu de Arte de Nova Iorque). Eu já era apaixonado por pinturas e quando coloquei os meus pequenos olhos na pintura "A Noite Estrelada" de Vicent Van Gogh, eles brilharam como um par de diamantes. Eu admirei a obra por horas, deslumbrado com cada pincelada. Foi exatamente naquele momento que me apaixonei pelo pintor.

E quando papai disse que a mamãe também era uma grande admiradora do pintor holandês, eu sorri como nunca. Hee-soon sempre fez questão de dizer o quanto eu sou parecido com Park Amelia. E mesmo após tantos anos de sua morte, eu sinto o quanto ele ainda a ama.

Eu nunca me imaginei amando alguém. Os homens nas quais eu me envolvi, nunca foi além de uma boa noite de sexo, tudo apenas para tentar saciar a minha libido — essa que sempre foi exagerada.

Então não. Tudo o que eu sinto é tesão, desejo ardente por corpos masculinos. O que eu procuro nos homens é apenas sexo e acredito que nenhum outro sentimento será mais forte que o meu apetite sexual excessivo.

— Michelle nos convidou para um jantar amanhã à noite, na residência Jeon. — Sou despertado dos meus pensamentos por Chan-yeol. Eu largo o pincel ainda coberto de tinta amarela e me viro em direção ao homem, estático ao lado da porta. — Estou atrapalhando?

— Não. Estou sem inspiração. — Eu tiro o avental branco sujo de tinta e coloco de lado, caminhando em direção ao moreno. — Vamos pedir comida para o jantar?

— Pizza? — Sugere e eu reviro os meus olhos. — Vegetariana, claro.

— Tudo bem. — Sorrio e passo por si, saindo da sala onde uso como estúdio para pintar. — Eu vou tomar um banho enquanto você faz o pedido.

Eu deixo Chan-yeol na sala de estar e entro no banheiro da nossa suite. Eu estive trancado na minha sala de pintura a tarde inteira, minhas costas estão doendo juntamente com o meu pulso esquerdo.

Meu banho é bastante longo, embaixo do chuveiro com água fria. Quando deixo o banheiro, visto uma roupa confortável e vou para a sala de estar.

Chan-yeol está sentado no chão, próximo a pequena mesa de centro. Ele está distraído procurando um filme para assistirmos, a pizza já chegou.

Não habitualmente, nós jantamos juntos enquanto assistimos um bom filme. O mais estranho é que temos gostos parecidos, então quase nunca brigamos na escolha do filme.

Me sento ao seu lado e pego uma fatia de pizza, tirando uma grande mordida.

— Que horas será o jantar na casa dos Jeon's? — Pergunto de boca cheia, olhando para o filme que se inicia na TV.

— As 19h:00. — Chan informa, tirando uma mordida da sua fatia. — Se você não quiser ir, não precisamos.

Eu penso seriamente. E por fim, decido.

— Tudo bem, podemos ir. Ela é sua amiga.

[..]

No jantar na residência dos Jeon's, eu me sinto como um peixinho fora d'água. Eu evito a todo custo os olhos de Jungkook, desconfortável com toda a situação.

Vejamos: eu ando sonhando com o homem praticamente todas as noites, e esses sonhos não são nada puros. E mais, ele é casado com uma belíssima mulher, fruto proibido. Eu não posso deseja-lo, mas isso já está fugindo do meu controle.

Eu tento incansavelmente afastar o homem dos meus pensamentos, procurando a todo custo impedir uma ereção que ameaça se formar entre minhas pernas. Mas é ainda mais difícil quando eu sinto os seus olhos queimarem a minha pele. E como se não bastasse tudo isso, o seu perfume marcante invade meu olfato a todo instante.

Flames, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora