[05] Resistência

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Seres humanos são seres desejantes.

Alguma vez você já censurou a si mesmo por desejar algo que considera errado?

Sinceramente, eu nunca havia tido essa sensação antes. Nunca reprimi os meus desejos, sempre tomei minhas decisões livremente e sem culpas. Eu nunca senti que fiz algo de errado.

Mas como para tudo tem uma primeira vez, aconteceu. Transar com um homem casado não seria um problema — para mim — se caso eu não o conhecesse ou nunca voltasse a vê-lo novamente. Seria somente uma noite como qualquer outra caso eu não conhecesse sua bela esposa.

Infelizmente, esse não é o caso. E como se não bastasse, eu desejo-o loucamente novamente e estou há quase três meses reprimindo esse desejo.

O meu desejo pelo Jeon tem vida própria e eu sou incapaz de controlar todos os meus pensamentos e ações envolvendo o homem. Eu tenho procurado negar e fugir, mas as fantasias projetadas em minha mente são extremamentes sujas.

Eu fugi por todo esse tempo. Dele, de meus pensamentos, até de mim mesmo. Eu recusei participar de qualquer evento que houvesse a possibilidade de vê-lo novamente. Apesar de toda a insistência de Chan-yeol em me arrastar consigo para os jantares e eventos sociais, eu consegui me desvencilhar do homem em todos eles.

E eu tive que aturar o meu esposo falar do casal todas as vezes que voltava para casa. "A Michelle perguntou por você, ela disse que queria muito te ver."

Eu me conheço perfeitamente, estou ciente de que, se eu vê-lo diante dos meus olhos novamente, eu não terei controle dos meus atos.

Portanto, o melhor é evitar vê-lo a todo custo!

O outono chegou ao fim, cedendo espaço para o inverno acompanhado do fim de ano. Eu estive com o meu pai somente no natal, apenas nós dois como de costume. As minhas saídas noturnas continuam sem controle, eu ainda não consegui recuperar o controle dos meus impulsos sexuais.

Eu quis várias vezes pegar o meu celular e discar o número dele presente naquele cartão — ainda jogado no fundo da minha gaveta — ou procurar pelo seu escritório em todo o Colorado. Mas não fiz, eu não posso. Jeon Jungkook não é para mim, mesmo que o meu corpo insista em dizer o contrário.

E quanto antes eu me convencer disso, melhor será.

O combinado foi apenas uma noite, mas eu gostaria de repeti-lá dezenas de vezes. Pela primeira vez, eu gostaria de transar novamente com um caso de apenas uma noite.

Era para ser apenas um homem como qualquer outro, na qual eu nem lembraria o nome no dia seguinte. Mas não foi o que aconteceu.

Com Jungkook foi diferente em todos os aspectos, ele foi o único que me arrancou satisfação, eu nunca havia me sentido daquela forma. Agora estou como um maldito viciado, carente de suas mãos firmes em mim, dos seus lábios macios percorrendo todo o meu corpo e me causando arrepios.

Assim como o Jeon disse que aconteceria.

[...]

É uma quinta-feira e eu estou sozinho em casa. Chan-yeol saiu bem cedo para uma reunião com o pai e o irmão, eu estou entediado. A casa enorme me deixa sem ar e eu preciso urgentemente fugir do ambiente.

É inverno, a temperatura em Denver oscila com grande frequência; mas raramente ultrapassando os 7° C. Porém, frio e neve não estão em meus pensamentos quando eu decido ir visitar o meu pai. Eu visto uma calça jeans apertada, sapatos, luvas, uma camiseta branca folgada e um sobretudo.

Flames, jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora