VII

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LEIAM A NOTA, POR FAVOR!

Sim, gente linda, antes que leiam vou adiantar: o capítulo não está concluído, por isso ele para onde parará ao fim dele. São menos de 3k, metade do que eu previa pra ele. Sei que pra muitos isso pode não parecer grande coisa, mas fiquei com muito medo de não corresponder ao que esperavam desse encontro, isso me travou. Contudo, esse não é o motivo pelo qual eu não atualizei antes, é por ter acontecido alguns problemas referentes a minha cirurgia, então minha ansiedade me deixou no fundo do poço. Graças ao Universo deu tudo certo e em uma semana opero, então quando essa fase ansiosa passar trago o restante dele. Estamos combinados?

Vejo vocês lá em baixo, boa leitura!

___Ω___

Reunidos no Grande Hall todos os deuses olímpicos sentavam-se em volta do Oráculo. Os olhos atentos da águia dos raios miravam a movimentação frente à caverna. Os ladrões e a mercenária estavam a postos. Um grito e todos correriam e dariam suas vidas para que a semideusa tivesse alguma chance, porém nada mais do que o vento entre as árvores se fazia ouvir.

Os punhos de Astrid estavam fechados em um aperto que machucaria se sua pele não fosse calejada. Mesmo tendo prometido para Lauren que respeitaria sua decisão de ir sozinha ela sentia que a qualquer momento tudo daria errado, que a ex ladra seria petrificada e tudo haveria então de ser em vão.

Autolycus e Phíllipos estavam tão preocupados quanto ela, mas a fé que nutriam por aquela jovem mulher era mais forte do que qualquer temor. A mesma fé era compartilhada com o próprio Hermes, este que debruçava-se como seu pai à beira da imagem refletida em grande escala para as vistas divinas. Sua filha vestia a armadura que pediu para que fizessem especialmente para ela. Seu portar, a forma como a prata reluzia como as flechas do astro rei, tudo que compunha aquela figura de cabelos negros e pele nevada era divino.

E ela sabia disso.

Pois a deusa olhava curiosa para Lauren. Observava seus traços. As íris como as de seu pai, como a escuridão de seus cabelos. Mas sua boca, seu nariz, todo o resto era esculpido como o cosmos havia lapidado seus próprios traços. Era inevitavelmente sua. Bela como a própria.

Afrodite se perguntava se deveria se juntar ao Deus dos Deuses e seu braço direito, mas seu queixo erguido pesava sobre seu assento. Não sairia de lá.

Da outra ponta, um par de esferas de fogo raivosas se entregavam como um cocheiro sob efeito de álcool. Os nós de seus dedos perderiam até o sangue que não lhe era necessário como seria para um mortal. Estariam brancos como desejava que fossem os olhos de sua sobrinha. Opacos e sem vida.

Embora as energias paralelas convergissem, Lauren se mantinha no breu de sua venda. Suas orelhas queimavam em antecipação. Poderiam estar em brasas à medida que o coração da besta era uma batida rítmica e lenta. Congelava suas palmas como a frieza das escamas de um crocodilo. Inspirou e, ao expirar, um suspiro chegou ao seu canal auditivo como um sopro.

Era exatamente como visualizar Astrid próxima a si, com cada expressão desenhada apenas com o pulsar do sangue sob a pele. A rainha serpentina sorria para ela como uma charada da Esfinge. Impossível de decifrar.

— Decidiu que hoje é o dia de conhecer Caronte, pequeno General? – A voz rouca e melodiosa ecoou pelas paredes rochosas. Ela falava. — Não, não. Isso é curioso... – O movimento das minúsculas placas de queratina cessam. — Seu cheiro está diferente.

Lauren nada disse. Esperava que não tivesse de ir ao seu encontro. Ela não era o caçador ali. A górgona era. Mesmo que seus músculos estivessem rígidos como os homens petrificados do lado de fora, sua cabeça balançava levemente enquanto se perguntava o quão louca poderia ser de cogitar rir de uma besteira contada por Maximus.

Medusa (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora