capítulo 2

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Mitsuri acompanhou shinobu até a mansão borboleta. Tinha esperança de que ela contasse algo, mas foi em vão. Quando estava saindo shinobu a puxa

- Karonji, me prometa, ou melhor me jure que não vai contar isso pra ninguém !

- Jurar...- ela ficou preocupada, era um tanto descuidada e sabia disso. Guardar segredo não era o forte dela.

- Jure Karonji, pelo seu futuro marido e por todos os filhos que vocês vão ter, que não vai em hipótese alguma comentar nada disso para ninguém!

A menina engoliu em seco. Ela sentiu que estava exigindo um pouco demais. Mas estava no direito dela.

- Eu juro - disse Mitsuri, aceitando a derrota.

Após isso ela foi embora. E Kocho entrou na mansão, com um semblante abatido, o qual tentava disfarçar com um sorriso.

Shinobu deixou os feridos aos cuidados de Aoi e das outras meninas. Sentiu uma grade tontura e foi se deitar. Não queria ser incomodada por ninguém.

Apesar do cansaço ela não conseguiu dormir. Pensava o tempo todo nas coisas que haviam acontecido e nas consequências disso.
Colocava a mão na barriga, já estava na hora de admitir para ela mesma que realmente estava grávida, não dava para negar isso.

Colocou as cobertas em cima de si, queria se sufocar, mas parou logo em seguida. Se levantou da cama e começou a andar pelos quarto, estava tão preocupada.

- Se controle, não surte! - susurrou tirando enfeite de borboleta que decorava e segurava seu cabelo, bagunçando os fios - preciso de ar.

Ela saiu do quarto. O corpo cansado e deprimido pela ansiedade. Abriu a porta e se surpreendeu ao ver Tanjiro sentado na entrada.

- Ah, boa noite Sra. Kocho, também não consegue dormir ? - o jovem kamado pergunta com extrema gentileza.

A sua voz e seu jeito inocente acalmaram a mais velha. De modo que ela sentou ao seu lado e conseguiu o responder. Se esforçou para não deixar transparecer suas preocupações e retribuiu o mais jovem com um dos seus melhores sorrisos.

- Boa noite. Sim estou sem sono. A propósito, como estão seus ferimentos, Aoi me disse que você se machucou muito durante a sua missão.

- Na verdade nem tanto. Cheguei na última hora. O problema foi que eu quebrei a minha espada de novo então...

Ela assentiu, sabia o que acontecia quando ele era descuidado com a espada.

- Bem- continou ele -Tomioka-san fez a maior parte do trabalho, acabou ficando pior do que eu. Espero que já tenha melhorado.

O coração de Shinobu apertou e ela sentiu um frio na barriga.

- Tomioka-san também está aqui? - sua voz saiu falha, e já não estava conseguindo mater o seu sorriso. Virou o rosto para que o jovem não percebesse a sua inquietação.

Mas ele percebeu. Ou melhor, sentiu que tinha algo de errado. Sempre que ele falava de Tomioka na frente dela, um cheiro bastante doce emanava de seu corpo. Porém agora ele não conseguia entender que cheiro era esse que vinha dela.

Ele ficou preocupado. Sabia que kocho quase nunca deixava de sorri, e nunca a viu tão séria e preocupada como agora. Tentou farejar a razão daquilo, tentar sentir melhor e entender qual podia ser o problema. Até que ele reconheceu aquele cheiro. Já havia sentido antes, uma memória um tanto antiga.

- Senhorita Kocho, você está grávida?- perguntou sem nem pensar duas vezes.

A mulher estremeceu. " Droga! Todas as pessoas que me virem vão descobrir tão rápido assim ? Está tão na cara? "

- Como que você sabe ?

- Seu cheiro. Só senti um cheiro assim quando minha mãe engravidou dos meus irmãos. Não era pra...

- Não comente com ninguém, por favor Tanjiro-kun

O jovem não entendeu bem, mas assentiu. Se era isso que ela queria o que ele poderia fazer ?

Olhou para a mais velha que parecia divagar por um milhão de pensamentos... ele não sabia o que dizer agora e nem se ela queria conversar com ele sobre isso. Então ficou calado e esperou que a mulher falasse quando se sentisse a vontade.

Kocho, por sua vez, não queria falar sobre aquilo. Principalmente com Tanjiro. O menino era próximo de Giyu, seria péssimo se ele descobrisse !

Ela Estava preocupada com o futuro. Colocava a mão sobre a barriga fazendo movimento circulares. Encarava as mãos enquanto fazia isso.

O garoto apenas observava. Agora sua curiosidade foi direcionada a outra questão. Se a Kocho-san é a mãe, então o pai deve ser...

- Senhorita Kocho

- Hm...?

- Bom, não quero ser evasivo. E não precisa responder se não quiser - Fez uma pausa longa, Fitou os olhos de Shinobu e depois prosseguiu - Esse filho é do Tomioka-san?

- Bem, não quero falar disso.

- Como eu disse não precisa - disse um pouco sem graça - mas se for assim, vou acabar presumindo que é verdade.

A morena suspirou mais uma vez.

- Não tem como mentir para você não é?

- Então eu estava certo mesmo !- o rosto do garoto se iluminou - Você e o Tomioka-san vão ter um filho ! Parabéns!

E abriu um sorriso de orelha a orelha. Kocho queria entender o por que de ficarem mais alegres quando era dito que Giyu ia ser o pai.

- Por favor Tanjiro-kun. Estou falando sério, não comente com ele e nem com ninguém.

- Mas... você não acha que ele deveria saber.

- Essa conversa se prolongou demais, apenas me prometa que não vai falar com ele - comentou enquanto se levantava.

- Ok - respondeu cabisbaixo.

Antes de se virar escutou a porta sendo aberta de novo. Kamado olhou nervoso para aquela direção.

- A-a boa noite Tomioka-san - disse nervoso - Parece que todos nós estamos com insônia hoje não é- deu uma risada sem graça.

Tomioka iguinorou o comentário, encarava a mulher a sua frente. Esta por sua vez se recusava a se virar para ele. Não iria conseguir olhar nos seus olhos...

-Kocho, eu queria conversar com você...

" Droga, Droga. O que ele quer? Será que escutou a minha conversa com Tanjiro? "

- Ara Ara Tomioka-san, e desde quando você conversa ? - falou virando-se a ele, com os olhos fechados e um sorriso gentil

- ...

O clima ficou tenso entre os dois. Giyu expressava um olhar neutro como o de sempre, mas por dentro estava inquieto. Kocho estava evitando o encarar. Seu sorriso também era o mesmo de sempre, mas se olhasse com atenção perceberia o desespero da mulher.

Tanjiro sentiu que estava sobrando... aquela situação era demais para ele.

- Bem, eu acho que vou deixar vocês a sós - disse se levantando.

- Não há necessidade - kocho logo se pronunciou - já está tarde, vamos todos dormir.

- Mas eu preciso falar com você - Tomioka insiste

A morena já estava se irritando. Mas não iria surtar ali, buscou se acalmar e encontrar um jeito de contornar a situação.

- Tomioka-san, podemos conversar amanhã. Já está tarde... você precisa se recuperar dos seus ferimentos.

- eu sei mais...

- Sem mais ! Ordens médicas! Todos pra cama - ela falou passando por ele e entrando de volta na mansão.

Giyu encarou Tanjiro, o rapaz aparentava estar nervoso. E como estava.

O hashira da água se despediu dele sem o questionar , e o rapaz agradeceu por isso. Tinha certeza que se ele perguntasse algo iria acabar contando.

- Amanhã eles terão uma longa conversa - o ruivo disse entre suspiros- espero que se resolvam.

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