Crucified.

6-

Era uma manhã de sexta-feira, e o anjo batia um dos pés no chão enquanto mantia seus braços cruzados, encarando a diretora que tinha um semblante de decepção e fúria. Encarava o anjo desapontada enquanto editava um arquivo no computador, digitava lento, pois já era velha.

— Realmente, você não tem jeito, vai ir para a detenção novamente.—  A diretora dizia enquanto abaixou seus óculos olhando de uma maneira debochada para o seu aluno.

— Espere.— O anjo disse olhando para o teto enquanto coçava seus braços, pensativo. — Você está me colocando na detenção por fazer bagunça na detenção? Não compreendo.— O garoto murmurrava argumentando com a diretora.

— Oras... Eu então realmente não sei mais o que fazer com você, por um acaso o senhor está tentando ser expulso? Pois não vai funcionar.— Ela dizia encarando o garoto com os braços cruzados. — Seu pai é praticamente diretor chefe desta organização, ele não irá te expulsar.—A mulher velha resmungava, e apenas de ouvir sua voz, era irritante para o anjo.

—Vocês não tem senso crítico.—Ele disse olhando de maneira debochada para a mulher mais velha. —Não estou tentando ser expulso, estou me defendendo, coisa que a escola deveria fazer por mim, se um demônio fizesse a mesma coisa, vocês nem ligariam.—Ele disse comentando e cruzando os braços, reclamando de zeus direitos.

—Mas é óbvio, você um anjo, e deve agir como um anjo, e não como um demônio!—Ela disse aumentando seu tom de voz. —Você é um Serafin, você deveria ser justiceiro de maneira delicada.—Disse a senhora.

—E onde estão meus direitos? Vocês realmente acreditam que todos os anjos são puros? Que todos os anjos são delicados e inocentes? Então enganados, vocês não vêm quantos anjos se drogam na frente do colégio.—Ele disse cruzando os braços. —Agora os demônios podem agredir outro pobre demônio indefeso e vocês não ligam?— Ele disse revoltado.

—Igualmente você não sabia se aquele demônio era indefeso.—A diretora disse terminando de imprimir um papel.

—Mas qualquer tipo de agressão é errado, você não deveria agir como se não fosse nada.—O anjo murmurrava. —Vocês dessa escola são todos iguais, corruptos.— Ele disse e já estava saíndo da sala.

—Assine aqui, eu vou trocar seu colega de quarto.—A velha disse entregando um papel.—Se com nenhum anjo funcionou, você irá ficar com um demônio.—A professora disse estressada esperando o garoto pegar uma caneta.

—Faça o que quiser, mas se ele for um babaca, ele vai ter o que merece, igual todos os outros.—Aether disse assinando o papel. —E como será isso? Um demônio andando pelo corredor dos dormitórios angelicais?—O loiro a-questiona.

—Não, você que ficará no dormitório demoníaco.—A senhora diz com uma entonação de enfase, como se fosse algo horrível.

—Isso era para ser assustador? Hm... Tanto faz.—O garoto disse passando a trança loira para trás.

—Vou ir atrás de um colega de quarto que já causou problemas essa semana.—A mulher mais velha dizia, e se retirou, indo direto para a detenção.

A mulher caminhava e seus sapatos velhos faziam barulho batendo no chão, por já estarem levemente folgados, bateu na porta da detenção da Dehya. E logo a mulher abriu a porta usando o poder demoníaco.

—Olá senhorita Dehya, gostaria de saber quais foram os últimos alunos suspensos.—A velha disse já sendo direta ao ponto, se referindo aos últimos.

—Foram, Xiao, Scaramouche e Bennett.—Ela disse sorrindo olhando para os alunos enquanto citava seus nomes, era uma boa professora.

—Ah... BENNETT?! Como?! Ele é um anjo.—A velha disse se referindo a ele ser inocente, um santo, mas também fez outro sentido, pois o garoto realmente era um anjo.