O anjo descansava em sua cama, com a luz apagada, pois talvez queria que o vazio de seu peito espelhasse naquele quarto, escuro, vazio, nada. Mas o vazio e o escuro é algo, o nada não existe, dizer que existe é dar definição para algo que não se-tem definição, e dizer que é algo indefinido é definir que ele tem a característica de não ter definição, não pode-se caracterizar, é extremamente diferente do vazio, o vazio é algo, moléculas, o nada, é o contrário de tudo que existe ou já existiu, ele é completamente inexistente, mas é um inexistente que existe, mas dizer que existe é dar definição.
É um assunto extenso, algo parecido com o nada, e a sensação de quando alguém morre, alguém que sempre esteve, e de repente o nada, não literalmente pois ainda terá seu cadáver e ossos debaixo da terra, é um conceito extenso que não tem conceito.
Respirou fundo e sua pele nua parecia ser acariciada pelo vento, se sentia bem, não apenas bem, mas por algum motivo sentir o vazio era melhor que sentir qualquer coisa, quando recebeu uma ligação, seu celular estava numa cômoda mais distante, se levantou de maneira desleixada e agarrou o aparelho.
Quando encarou a tela viu o contato, era seu amado Papai, o loiro bufou, já pronto para escutar toda merda que aquele velho iria dizer, então se sentou e apertou no botão de atender.
-Oi filho.- O pai disse sua voz era firme, obviamente o castigo seria maior.-Eu sinto sua falta.- Ele disse e pareceu não ser sincero. -Sua não, da criança comportadinha que você era.- Ele disse parecendo realmente decepcionado.
-Eu sou o mesmo pai, só que hoje eu sou homem de verdade.- Ele disse e enquanto conversava no telefone se apoiou nos joelhos, enquanto mantia suas pernas cruzadas.
-Homem de verdade? Haha, me poupe, você é uma bicha.- Ele disse rindo de seu filho.-Você só está no céu pois é meu filho.- Ele disse firme novamente.
-Deveria me deserdar pai, prefiro que arranquem minha cabeça no inferno do que morar contigo, essa faculdade é minha benção, dessa forma não preciso dormir nessa cama.- Aether reclamou enquanto se sentia pesado naquela conversa.
A porta foi aberta do quarto e era Xiao, ele ficou parado em silêncio um tempo, e logo viu que Aether estava no telefone, então fechou a porta, e se sentou ao lado do garoto em sua cama, ouvindo a conversa e apenas esperando ele terminar de falar.
-Eu... Realmente filho, não sei no que eu errei.- Ele disse enquanto parecia chorar, mas soava meio falso pelo telefone.-Você merece ser disciplinado.- Ele disse enquanto fazia uma voz meio sínica.
No palácio, havia um boneco, muito semelhante a Aether, soava como um boneco de voodoo, tudo que o pai de todos mechesse num boneco, aconteceria, assim que ele cria os eventos humanos, todas suas ações. Pegou uma faca brilhante, e lá encima, começou a arrastar no boneco de seu filho, em sua bochecha, no mesmo momento, seu filho, lá da universidade, tinha sua cara com um corte se formando, era fundo, e a faca entrava debaixo de sua pele, fazendo ela ficar solta de sua cara, como se estivesse descascando naquela área.
-Ah!...- Ele botou a mão na cara sentindo dor, aparentemente enquanto seu pai cortava o rosto de seu próprio filho, falava coisas na língua dos anjos. -Papai...- Ele gemia de dor enquanto sentia sua pele sendo rasgada.
-Meu deus...Meu deus! Que porra é essa?!- Xiao disse e arregalou os olhos, botou a mão na cara do loiro, que escorria bastante sangue. -O que está havendo?- Ele questiona realmente assustado.
-Eu... É uma coisa confidencial do céu...- Aether fechava os olhos e franzia as sombrancelhas, dava para ouvir pelo telefone sincronizado com a realidade, sua pele sendo rasgada, o som era realmente ruim, e o sangre espirrou na cara do demônio, devia ter pegado num ponto ruim.
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Crucified.
FanfictionUma história entre o inferno e o céu. +Xiaoether +Gay +Henshin +Lore +Nerd/geek