CAPÍTULO 01

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Quatro anos antes

Clint sentia o peso da solidão envolvendo-o enquanto permanecia na varanda, envolto pela quietude da noite. Andava de um lado para o outro, e quando se sentava sua perna não parava de subir e descer freneticamente. Seus olhos vagavam pelo horizonte escuro, perdidos em meio à incerteza do que estava por vir.

Percebeu que mal estava respirando quando viu descendo do céu uma figura vermelha. Wanda pousou no chão e veio na sua direção. Seus movimentos eram desajeitados, seus olhos pareciam perdidos, a bruxa estava visivelmente nervosa.

— Wanda — chamou Clint. — E aí como foi?

— Ele concordou com um acordo — ela começou. Clint sinalizou para ela continuar falando. Wanda respirou fundo e se sentou na escada da varanda. — Ele aceitou, disse que Natasha voltaria, mas na forma de uma criança.

— E onde ela está?

— Essa foi a condição dele, ele a mandou para alguma pessoa aleatória. — revelou soltando um suspiro frustrado.

— E como vamos encontrá-la? Se Natasha é uma criança ela pode estar em qualquer lugar — expôs incrédulo. Wanda assentiu pensativa.

— Precisamos de reforço Clint, temos que achar a Natasha. — mesmo tentando se manter firme sua voz ainda denunciava seu desespero.

— Faremos isso.

New York, apartamento de Kate. Às 23:35.

O filme tinha acabado de terminar, mas Kate não queria se mexer. A garota loira estava adormecida com a cabeça repousando suavemente em seu colo. O som dos créditos finais preenchia a sala, mas Kate apenas observava Yelena, com um sorriso terno nos lábios.

Yelena tinha caído no sono no meio do filme que Kate havia escolhido. Ela não se sentiu ofendida; pelo contrário, entendia perfeitamente. A ex-assassina parecia exausta, os traços de cansaço ainda visíveis mesmo enquanto dormia. As olheiras escuras, marcas de noites mal dormidas e missões para salvar viúvas.

Kate passou sua mão delicadamente no rosto de Yelena, afastando os fios do seu rosto, desejando que o momento durasse muito.

— Kate bishop é estranho ficar encarando. — disse a loira de repente, seu sotaque ficando forte por causa do sono.

— Desculpa. — respondeu rapidamente corando, agradecendo por não gaguejar dessa vez.

— Tudo bem. — a loira deu de ombros, ela se levantou para se espreguiçar. Verificou a hora no seu relógio. — Tenho que ir.

Kate tentou ao máximo não demonstrar sua tristeza ao ouvir aquilo.

— Não pode dormir aqui? — ela ousou perguntar. Yelena sorriu voltando a se sentar ao lado de Kate.

— Tenho um avião para pegar daqui a uma hora — respondeu. Os dedos de Yelena vão em direção ao rosto de Kate, eles passam pela bochecha dela, delicadamente. E Kate fecha os olhos quase que imediatamente se focando apenas naquele toque.

— Faça uma boa viagem. — desejou abrindo os olhos novamente.

— Obrigada маленький ястреб, ei garoto. — Yelena chamou Lucky, o cachorro correu para os braços da loira. — Bom garoto, Kate trate de se alimentar bem, nada de ficar comendo pizza todo dia e se comprar não dê para ele, isso não deve fazer bem a ele.

— Mas ele ama pizza! — argumentou. A assassina sorriu e seus olhos brilhavam enquanto olhava para Kate, ela sempre olhava para Kate desse jeito, como se a Bishop fosse a melhor coisa do mundo.

— Não faça nada estúpido enquanto eu estiver fora. — Yelena se levantou e caminhou na direção da janela como sempre fazia quando ia embora. Se ela usasse a porta como uma pessoa normal ficaria surpresa com o que encontraria, mas isso não aconteceu.

Bring me to lifeWhere stories live. Discover now