CAPÍTULO 05

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Dois anos antes

Em apenas dois dias, consegui me estabelecer de maneira surpreendente. Normalmente, não sou de fazer cronogramas, mas desta vez fiz um, e tudo começou a se encaixar. As coisas estavam melhores, eu finalmente aprendi a dar banho na Nat, sempre fico apavorada nessa hora, mas até que me saio bem. Nat se deu bem com os dois tipos de leite, fiquei com medo de que ela tivesse alergia a algo.

Decidi comprar mais roupinhas e um carrinho de bebê para podermos sair e passear com o Lucky. Quando os pais de Nat vierem buscá-la, ela já vai ter um enxoval completo. No entanto, também comecei a pesquisar sobre orfanatos...

Comecei a trabalhar de casa, tive que assumir a empresa há dois meses atrás, tudo aconteceu após o julgamento da minha mãe, quando ficou claro que eu não tinha envolvimento com as suas atividades ilegais nem a empresa e toda nossa fortuna também não. Então, tudo está nas minhas mãos, me dediquei a limpar o meu sobrenome, garantir que minha mãe ficasse na prisão e estou tentando ao máximo fazer Bishop Security voltar ao eixo. Os dois meses até que foram ótimos. Aos poucos, estou conseguindo administrar tudo e reconstruir nossa reputação.

Os resmungos de Natasha chamam a minha atenção.

— O que você quer mais Nat? Já comeu, já troquei sua fralda, não quer dormir. — listei contando com os dedos. — Eu preciso trabalhar. — parece que dizer isso a fez começar a chorar, eu não conseguiria trabalhar com ela chorando. — Tá bom, tá bom, não chore eu estou aqui. — digo pegando ela no colo. Lucky se aproximou trazendo consigo sua coleira. — Mas já passeamos hoje. — ponderei, Nat se contorceu nos meus braços chorando ainda mais. — Sabe, acho que passear pode ser a melhor escolha agora.

Lucky pareceu entender pois se animou. Desliguei o notebook e fui até o carrinho da Nat, felizmente eu já tinha deixado uma mamadeira pronta, a coloquei no compartimento de baixo e puxei o carrinho até a porta, eu só posso colocar a Nat quando estivermos lá embaixo.

— Vamos Lucky. — chamei o cachorro pizza, ele disparou para fora, tenho certeza que se eu estivesse na frente eu teria sido levada.

*

Não tinha um cachorro mais feliz do que o meu correndo pela praça toda. Eu não conseguia evitar sorrir enquanto o via se divertir tanto. Natasha acabou adormecendo, espero que ela durma bem muito, passamos a maior parte da noite acordadas.

Agora começo a entender o cansaço da maternidade, um dia, bem lá no futuro vou pensar muito bem, tipo umas mil vezes antes de querer reproduzir. Essa vida é muito difícil e olhe que estou a quase três dias cuidando da Natasha. Ela é fofinha, mas dá trabalho.

— Quantos meses ela tem? — uma mulher perguntou de repente. Como foi que ela surgiu sem eu perceber? O cansaço tá tão ruim assim?

— Dois meses. — respondo automaticamente. A mulher parecia ser mais velha que eu, lá para a casa dos trinta e está grávida.

— Sua primeira filha? — perguntou apontando para Natasha.

— Sim — decido não negar.

— É linda — ela elogiou admirada. Não é para menos sua reação, Nat é uma bebe muito linda, fofa e na mesma proporção bem barulhenta.

— Não se parece nada comigo. — brinco, e ela ri.

— Meu filho também, é a cópia do pai. — diz, seus olhos brilhavam e ela parecia tão tranquila. — Ela já tomou aquela vacina? — perguntou a mulher. Que vacina?

— Ainda não. — respondi tentando manter uma expressão neutra.

— Eu lembro da vez que meu filho tomou a vacina dos dois meses, eu não consegui ficar na sala, meu marido teve que segurá-lo, partiu o meu coração quando o ouvi chorar por causa dessa vacina. — diz tocando na sua barriga. Então quer dizer que tem a vacina dos dois meses.

— Quantos meses? — perguntei apontando para a sua barriga.

— Sete — respondeu simples. — Estou um pouco ansiosa, dessa vez será uma menina. — contou com um sorriso divertido.

— Já tem um nome?

— Estou em dúvida entre Marjorie e Isadora, ambos nomes de pessoas importantes para mim que se foram. — disse pensativa. — Como é o nome dela?

— Natasha.

— Um nome forte e bonito. — alegou olhando para Nat. — Boa escolha.

— Por que não coloca os dois nomes? — indaguei voltando ao assunto dos nomes. — Isadora Marjorie, não parece bom?

— Parece bom. — concordou balançando a cabeça. — Sabe, eu gostei, e parece que ela gostou também. — ela tirou a mão da barriga e mostrou a movimentação na barriga dela.

A mulher pegou a minha mão rapidamente e levou até a barriga dela para eu sentir. E foi algo estranho e legal ao mesmo tempo. Uma ondulação passando sob minha mão. Fiquei boquiaberta, sentindo uma mistura de emoções, surpresa e encanto.

— Ela gostou de você também. — disse soltando meu braço. Quando a bebê parou, eu recolhi meu braço para mim.

— Como foi quando você teve seu primeiro filho? — perguntei um pouco sem jeito.

— No começo foi assustador, eu perdi minha mãe cedo então não tive conselhos, além dos da minha sogra e ela só sabe expor críticas, pensei que seria a pior mãe de todas que não conseguiria, estragaria o meu filho, faria tudo errado e ele me odiaria — ela despejou tudo. — Mas então eu o segurei a primeira vez e prometi que faria de tudo para ser boa e o que ele precisa, todos os dias eu tento cumprir minha promessa e valeu a pena todas as noites mal dormidas, pirraças e entre muitas coisas, no final do dia isso não importa mais, só tê-lo ao meu lado e poder vê-lo sorri, me chamar ou dizer que me ama, faz o meu dia todo, eu o amo muito. — declarou com toda sinceridade.

— Isso é lindo.

— Sabe o que me alegra mais? — perguntou. Eu neguei. — Saber que esse ser pequeno é quem te ama mais que tudo no mundo. — disse com tanta certeza que me deixou em choque, é claro que eu sabia, eu tenho uma mãe e eu a amo tanto que dói, e dói mais agora por tudo que tem acontecido. — Ah, olha hora tenho que buscar meu filho na escola. — ela se levantou guardando o celular, que ela tinha tirado em algum momento enquanto eu estava no mundo da lua. — Tchau para vocês duas.

— Tchau senhora. — acenei lhe lançando um sorriso, a mulher retribui e se vira para ir embora. Voltei a olhar para Natasha um pouco pensativa. — Então você precisa tomar a vacina dos dois meses.

*

Na volta para casa Natasha não acordou e na hora de subir as escadas eu pedi mais uma vez ajuda do Herma para levá-la para o meu apartamento e felizmente ele não fez nenhuma pergunta mais uma vez.

Não ousei tirar ela do carrinho com medo dela acordar, aproveitei o tempo para procurar algum registro dela, deve ter alguma coisa sobre ela e o dia que ela nasceu, o seu nome completo e o seus pais. Descobri que a dois meses nasceram cinco Natálias e uma Natasha, mas nenhuma delas era a minha, a única Natasha que encontrei o segundo nome não tinha nenhum A.

Tentei procurar mais, mas não deu em nada, não tinha nenhum registro, minha Natasha não existe publicamente. A cada dia essa situação só piora, os pais além de abandonar a criança, não tiveram a preocupação de registrar.

Nat acordou resmungando buscando comida. Já que a mamadeira estava pronta eu a peguei para ela se alimentar.

— Temos um grande problema, Nat. 

Oii pessoal! Me perdoem a demora e o capítulo pequeno, por mais que ele não seja o meu favorito eu espero que vocês gostem

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Oii pessoal! Me perdoem a demora e o capítulo pequeno, por mais que ele não seja o meu favorito eu espero que vocês gostem. Até o próximo capítulo, beijinhos😘

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