Eu sei, é o meu irmão.

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Medson Parker.

Pedi para Caio me trazer em um bar bem conhecido na cidade, já tem um tempo que quero vir aqui. Algumas pessoas chegaram a me cumprimentar, outras me passaram uma cantada; é estranho, mas é uma experiência bem interessante. Parece que ninguém percebeu que sou cega.

Pego meu copo de refrigerante e levo na boca, não demora muito e sinto a presença de alguém ao meu lado. Sua presença é marcante, mesmo com várias pessoas passando o tempo todo, consigo sentir seu perfume. É impossível não se embriagar com ele.

— Olha o que temos aqui, uma bela dama sozinha — ele fala e sua voz me causa arrepios. Não sei de onde, mas já ouvi essa voz.

— O...oi — falo um pouco nervosa, estendendo a mão em direção a ele. — Prazer, sou Medson. — Ele segura levemente na minha mão e aperta com delicadeza, sinto um pequeno tremor percorrer meu corpo ao sentir o toque quente de sua mão. — E agora não estou sozinha, estou com você.

— Hun, direta. Gosto de pessoas diretas. O prazer é todo meu, Medson. Sou Fabrício.

— Fabrício? — sussurro, meus pensamentos me levam para o passado

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— Fabrício? — sussurro, meus pensamentos me levam para o passado. Mudo de assunto pois comecei a me sentir ansiosa. — Vem sempre aqui, Fabrício?

— Não, é a primeira vez nesse bar.

— Ah, sim. Você mora aqui mesmo? — Pergunto curiosa.

— Cresci aqui. Mas hoje moro na Espanha.

— Sério? Que legal, o que te fez ir embora?

— Família...

— É bom estar perto de quem a gente ama.

— Disso não tenha dúvidas. — Ele responde quase em um sussurro. Parece estranho, mas senti um pouco de tristeza na sua resposta.

Ficamos conversando de tudo um pouco, quase fiz uma entrevista de emprego de tantas perguntas. Fabrício disse que é policial. Mesmo que eu esteja evitando pensar, essa é mais uma coincidência, o Fabrício do meu passado queria ser policial. Já faz tantos anos sem notícias que acredito que ele nem se lembre que um dia nos conhecemos.

Enfim, esse Fabrício disse que mora na Espanha, tem 27 anos e veio em busca de uma pessoa aqui no Texas.

Logo sinto sua respiração perto do meu ouvido, meu coração quase entra em curto quando ele se aproxima e sussurra.

— Tem um homem logo ao nosso lado esquerdo que não tira seus olhos de nós, na verdade, está olhando para você.

— Eu sei, é meu irmão, ele é superprotetor.

— Seu irmão? — Fabrício responde e me parece surpreso.

— Sim.

Mesmo sentindo uma leve mudança em sua voz, continuamos conversando. Até que uma voz soa do meu lado esquerdo.

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