Capítulo CLXXX

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— Vou começar a organizar tudo. Vou reservar as passagens e hospedagem para a mãe e a filha de Verônica. – disse, já seguindo para meu escritório domiciliar.

Passei a próxima hora organizando as passagens e a hospedagem. Encontrei uma pousada tranquila em uma pequena cidade no interior, perfeita para manter a família de Verônica segura e fora do radar.

Enviei todas as informações para Verônica e recebi uma mensagem de agradecimento quase imediata. Senti um alívio enorme ao saber que pelo menos uma parte da situação estava sendo cuidada.

— Está feito. Em breve, elas estarão seguras. – declarei, fechando o laptop e recostando-me na cadeira. Ema observava-me da entrada do escritório.

— Você é incrível, sabia? Isso fará toda a diferença para Verônica. – disse Ema, aproximando-se. Levantei-me e envolvi-a em um abraço.

— Estou apenas tentando ajudar da melhor forma possível. Afinal, sinto-me responsável. – respondi, aninhando-me em seus braços.

— Agora, vamos descansar um pouco. – disse Ema, beijando minha testa.

— Você me faz sentir tranquila. – respondi, fechando os olhos e sentindo a segurança dos braços de Ema ao meu redor.

Subimos juntas para o quarto, onde decidimos relaxar. Após um banho revigorante, nos acomodamos confortavelmente na cama. Enquanto assistíamos a um filme, decidimos comer uma lasanha de micro-ondas como jantar. E acabamos adormecendo antes do final do filme.

***

Na manhã seguinte, acordei com uma sensação de alívio ao lembrar que a mãe e a filha de Verônica estavam a caminho de um lugar seguro. No entanto, uma preocupação persistente ainda rondava minha mente.

— Ema. – chamei baixinho, observando-a na cama. Ela parec8a ainda estar dormindo.

— Hmmm.

— Ema, tenho uma sugestão. – disse, hesitante.

— O que foi? — perguntou ela, abrindo os olhos com curiosidade.

— Acho que seus pais também deveriam sair da cidade. A situação pode ficar perigosa, e a última coisa que precisamos é nos preocupar com a segurança deles. – expliquei.

Ema ponderou minhas palavras.

— É lamentável que eles corram perigo. – disse, suspirando. — Vou ligar para eles e ver o que acham.

— Podemos providenciar tudo, assim como fizemos para Verônica. Eu cuidarei das passagens e da hospedagem. – ofereci, tentando aliviar sua preocupação.

— Obrigada, Sarah. – disse Ema, sorrindo, mas com um toque de tristeza nos olhos.

***

Preparamos o café da manhã em silêncio, cada uma perdida em seus pensamentos. Depois de comer, Ema pegou o telefone e ligou para os pais.

— Alô, mãe? É a Ema. – observei Ema ao telefone. — Sim, está tudo bem, mas preciso falar sobre uma coisa importante. Você e o papai podem sair da cidade por um tempo? – houve uma pausa enquanto Ema escutava a resposta. — Sim, é por causa da situação com o secretário. Sarah e eu achamos que seria mais seguro para vocês.

A conversa durou alguns minutos, com Ema explicando a necessidade de proteção e respondendo às perguntas dos pais. Finalmente, ela desligou e voltou a atenção para mim, com uma expressão mista de alívio e preocupação.

— Eles entenderam e concordaram. Estão preocupados, mas confiam em nosso julgamento. – disse Ema, levantando-se.

— Fico feliz que eles aceitaram. Vou começar a organizar tudo agora. – respondi, pegando meu laptop novamente.

Passei a próxima hora reservando as passagens e encontrando um local seguro para os pais de Ema. Optamos por uma pequena cidade litorânea, onde poderiam relaxar e ficar fora do radar. Assim que finalizei tudo, enviei as informações para Ema, que imediatamente as repassou aos pais.

— Pronto, tudo está arranjado. Eles partirão hoje a noite. – disse, suspirando de alívio.

Ema cerrou os lábios e olhou para baixo, parecia apreensiva.

— Vai dar tudo certo. Eles estarão seguros, e isso nos dará mais tranquilidade para lidar com o que vem pela frente. – respondi, pegando sua mão.

Ema esboçou um pequeno sorriso, apertando minha mão de volta.

— Obrigada por isso, Sarah.

— Estamos nisso juntas, Ema. Sempre. – disse, abraçando-a.

O restante do dia transcorreu tranquilamente. Ema não pôde se despedir dos pais devido à presença constante dos repórteres na frente do condomínio. Temíamos que, se algum deles a seguisse até a rodoviária, os pais de Ema estariam em perigo.

Mais tarde, Ema recebeu uma mensagem confirmando que seus pais haviam chegado ao destino em segurança. Sentimos um grande alívio e nos abraçamos, sabendo que havíamos tomado a decisão certa.

— Agora podemos nos concentrar no que precisamos fazer aqui, sem distrações. – disse Ema, séria.

— Sim. Estamos preparadas para o que vier. – respondi, sentindo-me mais forte e determinada do que nunca.

Enquanto preparávamos o jantar, notei que Ema estava inquieta. Ela tentava esconder, mas algo claramente a incomodava. Depois de um tempo, ela saiu da cozinha e foi para a sala, levando o celular consigo. Curiosa e preocupada, terminei de arrumar a mesa e fui até o corredor, onde ouvi parte de sua conversa.

— Sim, Nicolas. Precisamos ficar vigilantes. – dizia Ema em um tom sério. — Não podemos arriscar. Precisamos conseguir revólveres para proteção, caso algo aconteça.

Meu coração acelerou ao ouvir isso. A ideia de armas ilegais na nossa casa era assustadora, mas compreendia a necessidade diante das circunstâncias. Decidi não interromper e esperar até que ela terminasse a ligação.

— Certo, mantenha-me informada. Até mais, Nick. – disse Ema, desligando o telefone e suspirando profundamente.

Entrei na sala, tentando parecer calma.

— Ema, sobre o que era a ligação? – perguntei, mesmo já sabendo a resposta.

Ema se virou, surpresa por me ver ali, mas logo sua expressão suavizou.

— Sarah, eu não queria te preocupar, mas precisamos falar sobre segurança. Nicolas e eu achamos que é melhor estarmos preparados para qualquer eventualidade. – explicou ela, sentando-se no sofá e fazendo um gesto para que eu me juntasse a ela.

— Eu ouvi parte da conversa. Você mencionou conseguir revólveres. – disse, sentando-me ao seu lado.

— Sim, acho que é necessário. Não gosto da ideia, mas prefiro ter algo e não precisar usar do que precisar e não ter. – disse ela, sua voz estava cheia de preocupação.

— Entendo, Ema. Mas precisamos fazer isso da maneira mais segura possível. – respondi, tentando ser racional.

— Claro, vou te ensinar a atirar. – disse Ema, seus pensamentos já projetavam os próximos passos.

— O quê? – abri os olhos ainda mais, surpresa. — A ideia de ter uma arma nas mãos me deixa nervosa.

— Lamento, Sarah, mas é necessário. Precisamos proteger uma à outra. Seu pai é covarde. Ele teria coragem de enviar uma dúzia de homens para nos pegar. E eu não conseguirei nos proteger sozinha.

— Se isso nos dá mais segurança, então vamos em frente. Mas prometeremos uma à outra que só usaremos como último recurso. – acrescentei, sentindo um nó na garganta.

— Prometido, Sarah. Isso é apenas uma precaução. – disse Ema.

— Vai ser um processo difícil, mas é para o bem da nossa segurança. – disse Ema, acariciando meu rosto.

Mais tarde, enquanto estávamos na cama, Ema segurou minha mão.

— Eu sei que isso é assustador, mas será passageiro. – disse ela.

— Sim. – respondi, me aconchegado no corpo de Ema.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora