Capítulo CXCV

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A tranquilidade da manhã foi abalada por buzinas altas na frente da propriedade. Ema me olhou, sentada ao meu lado na mesa da cozinha, com uma expressão de curiosidade. O aroma de café fresco ainda pairava no ar, e a luz suave do sol entrava pelas janelas. Mariana e Daniele ainda estavam no quarto, e certamente haviam acordado por causa do barulho.

— Tem uma surpresa pra você. – falei, sorridente.

— Que surpresa? – Ema indagou, intrigada.

— Veja você mesma. Vá lá fora. – continuei, sorrindo.

Ema se levantou da cadeira e seguiu para a área externa. A acompanhei, sentindo a expectativa no ar.

— Como? – Ema me olhou, ainda mais intrigada, ao ver Nicolas sobre a moto dela, na frente da casa. Havia um carro prateado se aproximando lentamente da propriedade. Nicolas buzinou novamente ao tirar o capacete.

— Estava morrendo de saudade de mim, né?

— Não. – Ema foi em direção ao amigo, suprimindo um sorriso. — Eu deveria te dar uns tapas por pegar a estrada com minha moto. Nem eu mesma fiz isso, sabia?

— Testei pra você. – disse Nicolas, saindo da moto para dar um abraço apertado em Ema.

— Eu acho que conheço aquele carro. – disse ela, franzindo a testa enquanto o veículo se aproximava. Quando o carro finalmente parou, pude ver o rosto de Ema se iluminar com um misto de surpresa e alegria. Seus pais saíram do veículo, sorrindo amplamente, seguidos por Verônica e a pequena Vanessa, que saltaram animadas do banco de trás.

— Esse lugar é um pouquinho longe. – disse o pai de Ema, olhando ao redor e apreciando a paisagem.

— Pai... Mãe! – Ema se apressou em direção aos pais, seus olhos brilhavam de felicidade.

— Eu arranquei eles da cama de madrugada. – disse Nicolas, com um sorriso travesso.

A princípio, me mantive como espectadora, observando Ema abraçar os pais com força. Ela parecia radiante com a presença deles. Após alguns instantes de abraços calorosos e uma breve conversa particular, Ema gesticulou, me chamando para me juntar a eles. Me aproximei do trio, exibindo um sorriso.

— Olá, como estão?

— Bem, querida. Venha cá. – a mãe de Ema me abraçou afetuosamente, e o pai dela me cumprimentou com um aperto de mão firme.

— Como você está, Sarah? – perguntou a mãe de Ema, com um sorriso acolhedor.

— Estou bem, obrigada. E vocês, fizeram uma boa viagem? – indaguei, retribuindo o sorriso.

— Sim, só estamos um pouco cansados. Mas estamos felizes de estar aqui. – respondeu o pai de Ema.

Depois das saudações iniciais, todos nos dirigimos para dentro da casa. Ocupamos o sofá da sala. Mariana e Daniele se juntaram a nós e foram apresentadas aos visitantes.

— Estas são Mariana e Daniele, amigas de Sarah. – Ema apresentou com um gesto amigável.

— Prazer em conhecê-las! – disse a mãe de Ema, com um sorriso caloroso.

— O prazer é nosso. – respondeu Mariana, enquanto Daniele acenava.

— Imagino que ainda não tenham tomado café da manhã. – sugeri, olhando para os recém-chegados.

— Não, na verdade, saímos tão cedo que nem tivemos tempo. – respondeu o pai de Ema, com um sorriso.

— Então, vamos providenciar um café da manhã caprichado. – disse Ema, levantando-se com entusiasmo.

Em pouco tempo, todos se dirigiram para a cozinha e se acomodaram à mesa.

Enquanto o café da manhã se desenrolava, a conversa fluía facilmente. Os pais de Ema compartilharam histórias de sua infância, fazendo todos rirem e sorrirem nostalgicamente.

O ambiente estava alegre, com risadas frequentes e histórias envolventes. Aos poucos, a mesa se encheu de uma sensação de camaradagem e conforto, enquanto todos se deliciavam com o café da manhã.

— Sarah, como vocês encontraram essa casa maravilhosa? – perguntou a mãe de Ema, curiosa.

— Bem, a propriedade pertence à família de Mariana. – respondi.

— A propósito, soubemos de última hora sobre o casamento. – disse a mãe de Ema.

— Não tivemos tempo para contar pessoalmente. – disse Ema. — Espero que não tenham se chateado.

— Não, filha. Torcemos por sua felicidade. – disse a mãe de Ema, esboçando um sorriso. — O problema é que a costureira não teve tempo de fazer um vestido, e precisei alugar um em cima da hora.

***

Após o café da manhã, decidimos levar os visitantes para um tour pela propriedade. A manhã estava clara e ensolarada, perfeita para uma caminhada. Mostramos a eles o jardim bem cuidado, com suas flores coloridas e o pequeno pomar nos fundos, onde algumas frutas já estavam começando a amadurecer.

— Esse lugar é realmente especial. – disse Verônica, enquanto filha corria alegremente pelo gramado.

— Sim, é um refúgio perfeito. – concordou Ema, segurando a mão da mãe.

Enquanto caminhávamos, as risadas e conversas continuaram. O reencontro estava trazendo um novo vigor para todos, e a presença da família e amigos enchia o coração de Ema de felicidade.

Finalmente, voltamos para dentro, prontos para planejar o resto do dia. A casa estava cheia de vida, e a promessa de bons momentos estava no ar.

— Então, o que acham de um churrasco mais tarde? – sugeri, olhando para todos.

— Excelente ideia! – exclamou o pai de Ema. – Vou preparar minhas receitas.

E assim, começamos a nos organizar para o churrasco, com todos ajudando de alguma forma. Ema e Verônica foram buscar os ingredientes, enquanto Nicolas e o pai de Ema montavam a churrasqueira. Mariana e Daniele se encarregaram da preparação das saladas, e eu fiquei responsável pelas bebidas.

***

A noite caiu suavemente, e Mariana acendeu a lareira, preenchendo a sala com um brilho acolhedor e uma sensação íntima. As chamas dançavam em tons de amarelo. Nos reunimos ao redor da lareira, atraídos pelo calor reconfortante e pela promessa de uma noite de convívio caloroso.

Verônica se retirou após o jantar para colocar a filha para dormir, envolvendo-a em um abraço amoroso antes de seguir para o quarto. Apesar da ausência dela, o restante de nós permaneceu na sala, desfrutando da companhia uns dos outros e trocando conversas descontraídas.

Enquanto isso, eu me aconcheguei ao lado de Ema, absorvendo o calor reconfortante da lareira enquanto a ouvia conversar com os pais. Sua voz era suave e acolhedora, e eu me sentia grata por estar ali, compartilhando aquele momento especial com pessoas queridas.

Quando nos retiramos para o quarto, pude sentir a leveza que envolvia Ema. Seus olhos irradiavam uma alegria contagiante, e seu sorriso denotava seu bom humor.

— Adorei a surpresa. – ela disse, envolvendo seus braços ao redor do meu tronco.

Com um gesto suave, ela me conduziu até a cama, onde nos deitamos, frente a frente.

— Você é tudo para mim, sabia? – murmurei enquanto acariciava seu rosto suavemente.

Nossos lábios se encontraram em um beijo terno. Ao nos afastarmos, nossas testas se encostaram, e eu pude sentir a respiração de Ema.

— Me entristece seus pais não estarem ao seu lado. – disse Ema.

— Melhor não pensarmos neles agora. – movi-me, sentando sobre o corpo de Ema. — Seria bom a gente treinar um pouquinho antes da lua de mel, não acha?

— Parece uma preocupação genuína. – disse Ema, levando as mãos para minhas coxas. — Mas meus pais vão dormir no quarto ao lado.

Fingi fechar um zíper em meus lábios, unindo-os. Ema sorriu.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora