Chapter Nine - Train Wreck

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Notas da autora: Queria agradecer os favoritos, as listas de leitura e, principalmente, os comentários. Isso me motiva muito e deixa meu coração extremamente quentinho. Obrigada, obrigada, obrigada ❤️

Sobre o capítulo: Ninguém me mate por favor, como dizem por aí, depois da chuva sempre vem o sol

(socorro)

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Se alguém perguntasse, Satoru não saberia dizer o que detestou mais: a saída no bar no mês anterior ou os vinte e três dias que se decorreram desde então.

Não, ele saberia dizer o que mais detestou sim. Ah, ele saberia.

Ieiri Shoko.

Não poderia dizer o momento exato em que aconteceu, mas em algum momento a amiga, ou inimiga — como ele estava enxergando no dado presente —, deu o número do celular de Suguru para o maldito ruivo imbecil do bar. E desde então, a situação apenas deteriorou-se mais e mais conforme os dias foram passando. Começou dois dias após a saída, na segunda-feira, quando Suguru recebeu uma notificação de mensagem de um número desconhecido enquanto assistiam a um filme qualquer que passava na televisão. Satoru se recorda precisamente da mensagem, se lembra até mesmo do emoji estúpido de piscadela que veio acompanho do texto. ''Pedi para sua amiga seu número e ela me passou. Gostaria de outra dança, talvez na próxima uma irlandesa ;)''. Que originalidade. No entanto, Suguru pareceu divertir-se com o que foi dito, uma vez que uma risadinha restrita tremulou seus lábios por dois segundos e meio. Não que o albino tenha contado.

Mas não parou por aí, não. O que antes eram oito ou nove mensagens trocadas a cada dois dias, logo se transformou em centenas, enviadas diariamente. Suguru não largava mais o celular, estava sempre com ele em mãos: no café da manhã, no almoço, e até nos momentos de descanso em casa. Satoru pensou que Finn era sortudo, sortudo por ele não saber o endereço do palerma, pois isso poderia se tornar um problema de proporções bem maiores. Ele se amaldiçoou por ter tal pensamento, não por piedade ou algo do tipo, mas porque nem mesmo precisou ir até a casa do irlandês para que toda a situação se transformasse em um problema catastrófico. Afinal, depois de apenas uma semana e meia trocando mensagens o dia inteiro, Suguru e Finn começaram a sair com frequência. Saíam juntos, só os dois, cada vez mais regularmente.

Ao menos Suguru ainda estava cumprindo o combinado de nunca trazer alguém para dentro do apartamento. Somente pensar na possibilidade já fazia o coração de Satoru se contrair dentro do peito.

Ele rola os olhos, se sentindo entediado. E angustiado. Porém prefere não direcionar seu foco para a segunda emoção. Ele zapeia os canais da televisão repetidamente, buscando por qualquer coisa que prenda a atenção de seu cérebro hiperativo.

— Você poderia deixar em algum canal por mais de trinta segundos? Isso está começando a me incomodar. — Megumi resmunga, seus olhos voltados para o livro que detém em mãos.

O albino direciona seu olhar indignado para o adolescente sentado no sofá menor.

— Você nem está assistindo, me deixe em paz.

— A mudança constante de luz está batendo no meu rosto. — Argumenta, abaixando o livro para que possa mirar o mais velho. Fushiguro fita-o em silêncio por arrastados segundos, parecendo analisá-lo. — Aconteceu alguma coisa?

— Você não deveria estar, sei lá, saindo com seus amigos ou algo similar? É sexta-feira a noite, você não foi notificado para trabalhar e é adolescente. Você precisa começar a viver, sabia? Se divertir.

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