Capitulo 02

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[Han Jisung]

O cheiro familiar da terra conseguiu me envolver, algo que normalmente acontecia, em uma manhã comum de
trabalho. Cavei mais profundamente, afundando minhas luvas para abrir espaço, tentando me concentrar apenas nos pés de palmeiras, cactos e suculentas que havia escolhido para ornamentar com a decoração da casa.
Plantas resistentes que combinariam muito bem com a personalidade do morador. Lee Minho.

Quase dez dias se passaram desde o momento em que o encontrei pela primeira vez. Até agora, minha
concentração tinha trabalhado bem, sem que eu me rendesse a tentação de dar ouvidos a algo que estava
sempre chiando em minha cabeça. Naquele primeiro dia, depois de uma longa ligação onde ele passou a maior parte do tempo dizendo a ‘Luiza’, a amiga que entrou em contato comigo, o quão descontente ele estava com sua intromissão, o Alfa acabou aceitando o serviço de qualquer maneira.

Trocamos poucas palavras e
rapidamente, tratei de começar o trabalho. Cada erva daninha foi tratada com extrema concentração. Cada folha seca, cada milímetro que minhas mãos tocaram na terra, capinando e arrancando a vegetação morta, eu tentava me esquecer que aquele Alfa estava observando.

E isso prosseguiu a cada dia, em dias quentes ou frios. Bons ou ruins, um olhar para casa, e ele sempre estava lá. Mesmo quando seus olhos intensos não estavam em mim, e sim em seu computador ou digitando freneticamente em seu celular. Ele sempre, de alguma forma, conseguia me sufocar com sua presença marcante.

Quase como se tentasse desvendar meus próprios segredos. Eu tive medo que ele pudesse. Balancei a cabeça, tentando limpar a minha mente e
cavei a terra mais fundo. Com raiva dessa vez. Eu nunca seria um ômega normal?

Mesmo depois de tanto tempo, ainda me sentia caindo em um poço fundo e aterrorizante. Direto para o completo fracasso e loucura. Aos vinte e três anos, depois de me livrar de tantos traumas e mágoas do meu passado
sujo, ainda me sentia o mesmo Omega perdido que me lembrava. Que não tinha nada além de seus pensamentos
odiosos para se segurar. Eu não podia estragar tudo de novo.

Então respirei fundo, olhando para minhas mãos trêmulas por alguns instantes, tentando recompor meus
pensamentos e puxa-los de volta para o presente. Esse era meu recomeço. De novo. Um trabalho. Uma vida. Um
futuro. Eu não iria perdê-lo. Aspirei o cheiro de terra. Pensei em samambaias. Girassóis. Roseiras. Videiras e hera. Infinitas formas, mil
ideias percorrendo minha cabeça. Odores deliciosos de folhas e flores.

Algo que acalmava tudo dentro de mim. Esse era um trabalho. Mais um trabalho. Eu só precisava chegar ao fim dele e saber que nunca mais veria
o misterioso Lee Minho novamente. E então eu estaria bem.

Nenhum homem que aguçava o lado perigoso de mim mesmo dessa forma era seguro. Eu já tinha passado por
isso antes e tudo terminou terrivelmente mal. Eu não podia
passar por isso novamente.

[LEE MINHO]

“gostando do trabalho no jardim?!”

Olhei para a mensagem em meu celular. Pensando em qual resposta eu deveria dar. A verdade? Eu não ligava a mínima para a decoração do jardim.
Já o paisagista bonito e misterioso que tinha aparecido para conserta-lo?

Estava me enlouquecendo, sem dúvidas.

Eu ainda não estava contente com a intromissão de Luísa. Mas, hoje, alguns dias depois... enquanto
assistia o pequeno Omega trabalhando com terra através
da janela, minha raiva já tinha se tornado apenas uma faísca.

Obsessão (Sagrado Profano) Minsung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora