• 3 • encontro

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ALLEGRA's POINT OF VIEW

RESPIRO FUNDO e ando em direção as portas de vidro fosco do café que teríamos marcado de se encontrar, com a pouca visibilidade que o vidro tinha, pude ver a silhueta do homem em uma das mesas mais afastadas, bebendo um pouco de sua garrafinha de água, enquanto mexia em seu celular.

Fecho meus olhos por alguns longos segundos e respiro fundo novamente, tentando pegar todo restinho de coragem que restava dentro de meu ser. Não posso mentir nem muito menos negar, que meu coração esta prestes a rasgar meu peito e sair correndo por ai, e se espremessem minhas mão dava para preencher um rio, de tão nervosa que eu estava aquele momento.

Cuidadosamente abro a porta do local e dou um sorriso simpático para o jovem garoto que limpava o chão do local, pedindo licença a ele e me desculpando ao mesmo tempo, por atrapalhar seu trabalho, mas era o único caminho mais vazio até a mesa que o mais velho estava.

"Olá, Doutora" John falou com um sorriso em seus lábios ao me ver aproximar da mesa que ele teria escolhido.

"Olá, John" sorrio um tanto timidamente para o mais velho, que se levantou da cadeira e logo veio até mim.

Dutton segurou minha mão com grande cuidado, como se eu fosse apenas uma boneca de porcelana, e logo a levou até seus lábios deixando um beijo molhado e demorado por lá.

"Fico feliz que tenha vindo" falou ao afastar minha mão de seus lábios, sem solta-la nenhum instante.

"Fico lisonjeada com o convite" falei a primeira coisa que veio em minha mente, que estava completamente derretida com tamanho cavalheirismo que o homem estava tendo comigo.

John deu um sorriso e cuidadosamente soltou minha mão, passou por minhas costas e logo puxou a cadeira para que eu pudesse sentar e ficar frente a frente com ele.

"Obrigado" sussurro, um tanto tímida, ao me sentar na cadeira e ainda ter sua ajuda para me ajustar melhor em relação a minha distancia da mesa.

"Assim esta bom?"

"Claro, obrigado"

John logo deu a volta na mesa e sentou-se a minha frente, cuidadosamente retirou seu chapéu, apoiando na cadeira ao seu lado e repousou seus braços sobre a mesa de madeira que nos separava.

Minha mente estava a mil, louca e a procura de algo para falar, meus dedos brincavam freneticamente uns com os outros a baixo da mesa, enquanto eu tentava fazer algum exercício besta de respiração para me acalmar.

"Você não é daqui" John começou a falar "Seu sotaque é diferente, de onde é?"

"Ah eu sou do Brasil"

"Wow, o país da coxinha" o homem fala deixando uma risada animada escapar por seus lábios "Fui no Rio de Janeiro em noventa e cinco, você é de lá?"

"Amo o Rio, mas infelizmente não sou de lá" balanço a cabeça negando "Nasci em Minas Gerais, mas sempre vivi me mudando, por causa da minha mãe"

"Por que?" Dutton perguntou um tanto curioso, parecendo se interessar ainda mais pela minha curta historia de vida.

"Minha mãe era chefe de cozinha, até que bem famosinha no Brasil, sabe? E ai a gente sempre estava se mudando, ou viajando pra abrir mais um restaurante, então minha morada era sempre por temporada, até passar na Universidade e vir morar com o meu irmão"

Dutton ia fazer mais uma pergunta, porém não conseguiu realiza-la à medida que uma das garçonetes se aproximou de nossa mesa.

"Gostariam de fazer seus pedidos agora?" a garota perguntou com um sorriso simpatico em seus lábios.

"Um capuccino mediano e um bolo red velvet" Dutton foi o primeiro a respondê-la.

"E você?" a garota perguntou apontando sua caneta bic azul em minha direção "O que vai querer?"

"Hm.... O mesmo que o dele, e uma garrafinha de água, por favor"

"Okay" a garota assentiu e logo saiu de nosso campo de visão, indo em direção ao que deduzi ser a cozinha.





🐎



"Estava uma maravilha, do jeitinho que a carie gosta" comento com um tom brincalhão, arrancando uma risada animada e gostosa da parte do mais velho.

"Do jeito que a carie gosta é? Nunca tinha ouvido essa" o homem comentou ainda rindo das palavras que eu teria acabado de dizer, enquanto caminhávamos em direção ao estacionamento do café "Posso te deixar em casa se quiser" seu braço cuidadosamente repousou em volta de meu tronco, com sua mão acariciando meu braço lentamente.

"Não quero ir pra casa" comento em um baixo tom, repousando minha cabeça no ombro do mais velho, me sentindo um tanto segura e confortável ao seu braço em minha volta.

"Onde quer ir?" paramos em nossos paços e cuidadosamente subo meu olhar, cruzando-o com o seu.

"Você disse que tem uma fazenda, né?"

"Quer ir lá?"

"Eu adoraria conhecer, se você quiser claro" meus olhos continuavam fixos nos seus.

"Então vamos lá"

allegra; john dutton [yellowstone]Onde histórias criam vida. Descubra agora