— Você não falou nada, está tudo bem? — Void perguntou ao menino ao seu lado, enquanto as nuvens brancas os levavam.
— O que você acha? Estou vendo todas as pessoas que amo sofrerem — Stiles respondia com raiva e dor na voz.
— Isso não é culpa sua.
— Não, mas posso mudar isso.
— Como assim? — Void estava muito mais confuso do que já esteve em sua vida.
— Simples, eu voltarei, mesmo que não tenhamos terminado de ver, já tenho meu verídico.
— O que, não, você não pode voltar.
— Sim, posso, a escolha é minha, totalmente minha.
A voz dos dois ia se elevando a cada palavra, Kongō não sabia o que fazer, e não podia se meter, não entendia porque aquele espírito não queria a volta do menino.
A névoa branca se esvaiu e, antes que Void pudesse falar algo, uma flecha voou e Kongō o puxou.
— O que está fazendo, a flecha não pode me atingir — Void disse, virando o rosto para o guia. Seus rostos estavam muito próximos, a centímetros um do outro. Kongō encarava os olhos do mesmo, com fascínio, enquanto Void ficava vermelho, de raiva e vergonha.
— Me larga, grandalhão — Void diz, se soltando do mesmo, de modo que Stiles, há momentos atrás irritado, ri da situação de seu igual.
— Essa flecha é daquela sua amiga — Void diz, ao se afastar de Kongō que olhava para suas mãos e ir ver o objeto.
— Ela deve ser a próxima e não deve estar longe, vamos lá — Stiles saiu apressado, seguido pelos outros dois.
Não muito longe do local, estava Alison, mirando e acertando com precisão as árvores da reserva. Vindo de trás estava Cris, seu pai.
— Está aqui novamente, se treinar demais vai ficar doente — ele diz, indo até a menina e verificando o material no chão, tudo para flechas e para seu arco.
— Não se preocupe, vou ficar bem — diz a menina enquanto mira na árvore mais adiante. — Onde o senhor estava?
— Fui ver Stiles — ele disse distraído, fazendo a menina abaixar o arco e ficar quieta por um tempo, até voltar a mirar — Foi velo hoje?
— Não, talvez eu vá mais tarde, o senhor sabe que não gosto de hospitais.
— É, eu sei — ele disse, se levantando finalmente e olhando para as costas da filha — também sei que está treinando assim, porque sente culpa pelo ocorrido e sei também que ele odiaria saber que você carrega essa culpa.
— Estou treinando para proteger os meus — rebateu sem se virar.
— E isso só começou depois do acidente dele? Que conveniente!
— O senhor não entende — a voz da menina se elevou e ela olhou para o pai.
— Não, querida, eu te entendo, eu te entendo completamente — ele diz, com pena nos olhos, via o quão machucada a filha e todos os amigos dela estavam. Rapidamente a abraçou, a aquecendo do frio da floresta e do frio em seu coração.
Stiles divagou para trás de Cris e para a frente de Alison, passou os dedos pela pele gelada de Alison e sussurrou.
— Não é sua culpa, querida, nada que aconteceu é sua culpa, não se culpe por algo que você não podia mudar, não culpe a si mesma pelo erro dos outros. Sorrindo, Stiles terminou aquelas palavras, parecia que quanto mais perto do fim se chegava, mais desesperador era a dor de seus familiares.
De repente, os olhos da menina se abriram e se arregalaram, ela olhava diretamente para ele, podia vê-lo.
— Que porra é essa? — Void foi ao lado de Stiles, fazendo a menina arregalar mais os olhos.
— Ele pode nos ver — Stiles diz — Alisson, você me esculta?
A cabeça da menina se movimentou de cima para baixo, o desespero nos olhos de Void era perceptível e o sorriso no rosto de Stiles e as lágrimas em seus olhos eram tão perceptíveis quanto.
— Hi dear — Stiles disse sorrindo.
— Vamos embora — Void disse a Kongō — Agora — Gritando, a névoa tomou conta de seus corpos e eles foram para outra área.
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I Lost
FanfictionE se stliles realmente tivesse a doença de sua mãe? E se estivesse condenado a viver com Nogtisune pelo resto de sua vida? E se os Deuses não soubesse seu lugar? Como seria que seus amigos, seu pai, sua família reagiria a sua morte?