V. QUINQUE: De anulo naturae.

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Todo mundo deseja ter uma vida de contos de fada, certo? Namjoon sempre viveu como um conto de fadas. O filho da Cinderela com o príncipe encantado, porém está na hora de escancarar essa janela de uma vez por todas.

Namjoon vivia em um inferno.

O garoto morava em uma mansão, carrão de luxo, roupas de marca, um irmão mais velho, pai e mãe juntos. Deveria ser um sonho, certo?

Mas quando Namjoon estourou em um jantar de família e estrangulou uma de suas tias maternas até a morte, ele percebeu que não era tão perfeito assim.

Namjoon nunca teve uma boa relação com a mãe. Sempre tinha respeito, claro… da parte de Namjoon havia respeito, com certeza.

Porém, viver com uma mãe alcoólatra, um irmão drogado, um pai que pensa em fugir todos os dias. Eram tantas brigas, que Namjoon estava acostumado. No café da manhã, era difícil um momento em que seus pais davam até mesmo bom dia um para o outro.

Sua mãe, claro, disfarçava um copo de whisky com vitamina e de forma automática, disparava todos os insultos possíveis para Namjoon. Podiam ser em relação à sua aparência, a roupa que estava usando, a forma como estava andando, a forma que havia arrumado deu cabelo.

Por isso, quando seu pai ia o levar para a escola, a primeira coisa que ele fazia era abraçar Namjoon, e desmentir tudo o que sua mãe dizia. Por que, de certa forma, o homem sabia que afetava Namjoon.

A cada comentário sobre seu peso, sobre sua pele, sobre sua forma de agir e se vestir.

“Eu te amo, meu filho. Você é minha jóia mais preciosa, e quando eu e sua mãe nos separarmos, eu vou te levar comigo. Você finalmente vai morar perto dos seus amigos, você finalmente vai ficar tranquilo.” Era como um mantra que seu pai repetia todos os dias de manhã.

De tarde, sua mãe nunca estava em casa. Ia para bares, boates, baladas e ficava lá até a noite beirando a madrugada. Assim como seu irmão sumia, apenas seu pai ficava e ambos podiam fazer o que quisessem.

Diferente de seus amigos, Namjoon nasceu em Bethleem quando seus pais (coreanos) decidiram abrir um negócio milionário em Scyphi. E pela cultura familiar à coreana, decidiram ficar em Boreaul, assim seus filhos não sentiriam a diferença.

Nenhum de seus amigos havia conhecido Kim Siyeon (mãe de Namjoon), somente Kim Heseo (pai de Namjoon), e eles o adoravam, assim como seu pai adorava cada um de seus amigos.

Ele sempre dizia como Jimin era talentoso, como Yoongi e Hoseok eram engraçados pela forma suburbana que falavam. Quando estes vinham para sua casa, seu pai fazia uma grande festa quase. Bebidas, comidas, filmes, músicas, karaokê. Nunca que Namjoon poderia imaginar sua vida sem seu pai.

E em mais uma manhã, após o consolo de seu pai, o homem saiu do carro para pegar sua bolsa de trabalho que havia esquecido. Namjoon ficou mexendo em seu celular, quando no banco de trás, ouviu um barulho de porta se abrindo. Namjoon pensou ser seu pai, mas quando a figura saiu correndo, o moreno se alarmou.

O garoto saiu do carro, vendo a porta aberta e automaticamente colocando meio tronco para dentro para checar se nada havia sido roubado.

Até que Namjoon conferiu o chão, e lá, um anel de pedra verde. Brilhante, numa armação de obsidiana, o garoto se impressionou da forma que a jóia brilhava. De repente, imaginou que a pessoa que havia tentado roubar estivesse deixado cair ali, pois nada no carro estava revirado.

Quando uma mão tocou seu ombro, Namjoon pulou em sobressalto, virando-se e escondendo o anel em seu bolso. Felizmente, era seu pai, que ria alto pelo susto de Namjoon.

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