Speechless | Snarry

Capítulo 7

Na manhã seguinte, Harry resolveu manter a calma. Ele estava absolutamente apavorado que, tendo tido a noite para refletir sobre as coisas, Severus fizesse... bem, alguma coisa. Algo horrível.

E se ele não se sentisse mais confortável perto de Harry e quisesse se mudar? Eles poderiam nunca mais se ver.

E se ele estivesse enojado, agora que o choque havia passado? Harry nem sabia se Severus gostava de homens. Os homossexuais representavam, o quê, menos de dez por cento da população em geral? As chances não eram boas.

No café da manhã, Harry tentou sorrir. Ele não sabia o quanto estava conseguindo, mas Severus provavelmente também não sabia, pois passou a maior parte da refeição evitando olhar na direção de Harry.

Foi um alívio quando finalmente chegou a hora de ir para a loja. Ele passou a manhã se esforçando tanto para não pensar no que havia feito que acabou se distraindo terrivelmente e temeu não ter sido muito útil para seus clientes.

Talvez ele devesse ter se esforçado mais para aprender Oclumência, afinal de contas. Não era para ajudar a compartimentar sentimentos e coisas do gênero? Mas, como a maioria das coisas, isso só o levava de volta aos pensamentos sobre Severus.

.

O almoço foi uma repetição do café da manhã, mas com comida diferente. Harry ficou quieto e Severus manteve os olhos no prato, esperando por... alguma coisa. Algo horrível.

Ele estava com medo de que Harry zombasse dele por sua confissão na noite passada. Ele não tinha feito isso na hora, na verdade, mas isso não significava que nunca o faria. Ele estava bebendo, então talvez não tivesse pensado nisso ontem. Agora que ele estava sóbrio, quem sabia o que ele poderia estar pensando.

E se Harry estivesse se arrependendo de suas ações? Se ele tivesse pelo menos meio cérebro, como poderia não se arrepender?

Para crédito de Harry, certamente parecia uma possibilidade provável. Ele evitou Severus o dia todo, mal falou uma palavra com ele. Severus não tinha percebido quantas vezes Harry o tocava casualmente até que de repente ele não o fez mais.

E ele não previu o quanto iria doer. Justamente quando ele finalmente estava começando a pensar em Harry como um amigo, a entender o que exatamente era um amigo, tudo foi para o inferno.

Harry empurrou o prato para longe.

— Acho que voltarei para a loja à tarde.

É isso, pensou Severus, o começo do fim. Ele não quer nada mais do que ficar longe de mim.

— Estávamos muito ocupados esta manhã, e se isso continuar, Alfonso vai precisar -

Ele foi interrompido por uma coruja bicando a janela.

— Oh! Aquele É...? — Harry se levantou para deixar o pássaro entrar. — Ei, Deméter. O que você tem para mim?

Ele desenrolou o pergaminho e recostou-se na cadeira. Seus olhos se arregalaram enquanto ele lia.

— Ela-ela está aceitando minha oferta. Andrômeda. Ela quer que eu seja babá. Hoje, agora mesmo. Ela precisa voltar ao St. Mungos para fazer alguns testes e quer saber se pode usar o Flu com Teddy. — Quando ele olhou para cima, seus olhos estavam selvagens.

Severus se perguntou do que ele poderia ter tanto medo.

#Bem? Você vai responder?#

— Eu... sim. Acho que vou ligar para ela pelo Flu. Sim.

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Acontece que ter Teddy por perto era exatamente o que eles precisavam para começar a agir normalmente novamente. Ou perto disso, pelo menos.