— Oh, Hermione, ela é linda — Harry murmurou, olhando para a recém-nascida nos braços de Molly Weasley.
— Ela não é? — Hermione sorriu. Harry ficou francamente surpreso com a capacidade dela de ficar completamente exausta, moderadamente drogada, com o rosto vermelho e suado pelo esforço, e inchada e ainda capaz de sorrir. Ele supôs que o parto fazia isso com uma pessoa. Ele sentiu uma pontada momentânea ao pensar que nunca teria realmente uma família própria, mas a reprimiu rapidamente. Não era hora de sentir pena de si mesmo.
De repente, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Hermione, mas Harry suspeitava que não tinha muito a ver com o parto. Ao pensar em Ron e em como ele nunca conheceria sua filha - nem mesmo sabia que teria uma -, ele também ficou com os olhos cheios de lágrimas.
— A vida não é justa — ele ressaltou para ninguém em particular.
Logo, os pais de Hermione voltaram do chá e o resto da família Weasley – ou o que restou dela – finalmente chegou.
— Gengivas maravilhosas — observou o Sr. Granger enquanto sua esposa balançava a cabeça em aprovação.
Harry decidiu que era sua vez de fazer uma pausa, e com o nível de barulho e o turbilhão de pessoas, ele imaginou que agora era a hora. Ele amava muito todos eles, mas o quarto era pequeno e ele estava começando a se sentir claustrofóbico, então pediu licença.
Ele não estava com fome nem com sede, então vagou pelos corredores. Ele não prestou muita atenção para onde estava indo e depois de um tempo percebeu que não tinha mais ideia em que enfermaria estava. O som dos gritos dos bebês já havia desaparecido há muito tempo, então certamente não era maternidade. Ele olhou em volta em busca de uma placa que lhe dissesse onde estava, e a primeira que viu foi ao lado de uma porta, escrita à mão em pergaminho.
Estava escrito: "SNAPE, S."
Agora ele realmente desejava saber que enfermaria era aquela. O que Snape estava fazendo aqui? O que havia de errado com ele? Ele sabia que ele havia sido enfeitiçado na batalha final – sério, quem não foi? – mas isso foi há nove meses. Harry não conseguia se lembrar qual era a maldição, mas certamente Snape já deveria ter se recuperado.
.
Quando a cabeça de Harry apareceu na lareira de sua amiga, ele ouviu sinos anunciando a conexão. Ele gritou de qualquer maneira.
— Hermione, você está em casa? É Harry!
Justamente quando ele estava começando a suspeitar que ela havia sido devorada por uma praga doméstica raivosa ou que ela realmente não estava em casa, sua visão se encheu de uma garota de cabelos espessos ajoelhada na lareira.
— Harry! Eu queria saber quanto tempo você levaria para ligar. Venha — ela disse de uma só vez.
Alguns segundos e um tropeço sem graça depois, Harry estava sendo abraçado com toda a força que ela tinha.
— É bom ver você também — disse Harry com o pouco ar que sentiu que poderia dispensar. Finalmente, ele foi solto e segurado pelos ombros com os braços estendidos.
— Estou tão feliz que você passou por aqui. Mas se eu ouvir uma palavra sua sobre meus hábitos alimentares ou técnica adequada de enfaixar ou como eu deveria simplesmente ir morar com você, vou azarar você até a próxima semana. Entender?
Harry sorriu.
— Nem um pio. Presumo que eles já estejam por aí há bastante tempo, então?
— Oh, você não tem ideia — Hermione gemeu. — Entre mamãe e Molly, acho que posso realmente sufocar. Quer dizer, eu realmente aprecio toda a ajuda delas e, honestamente, provavelmente estaria perdida sem elas, mas tem que haver uma maneira melhor.
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Speechless | Snarry
FanfictionNove meses após a batalha final, Harry descobre Snape no St. Mungos, ainda sofrendo de uma maldição. Os curandeiros estão fazendo tudo menos o seu trabalho, então Harry assume a responsabilidade de reabilitar o homem que está aprendendo a respeitar...