Capítulo 10: Epílogo

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Harry sentou-se em sua cadeira, tentando equilibrar seu livro contábil.

Teddy, de cinco anos, entrou correndo na sala de estar.

— Eu escovou os dentes! — ele anunciou, e prontamente se jogou no sofá ao lado de Severus.

— Escovei — Severus corrigiu automaticamente.

— Escovei — repetiu Teddy obedientemente.

— Isso é ótimo, Teddy. Estou orgulhoso de você — Harry assegurou-lhe.

— Eu até escovei a parte de baixo também, papai!

— Bom trabalho!

Teddy curvou a boca, considerando, e seu cabelo lentamente passou de branco para castanho.

— Por que posso te chamar de papai, mas tenho que chamá-lo de Sev'rus? — ele perguntou, cutucando Severus com a perna.

Os olhos de Severus se arregalaram e seus dedos cerraram-se contra o livro. Ele não disse nada.

— Bem, você não precisa chamá-lo assim. Há outra coisa que você gostaria de chamar?

— Não posso chamá-lo de papai também?

Harry observou os olhos de Severus se fecharem.

— Isso pode ser confuso, nos chamar da mesma coisa, você não acha? Como saberíamos com quem você estava falando?

Relutantemente, Teddy assentiu.

— Você consegue pensar em mais alguma coisa?

Teddy mordeu o lábio em concentração e Harry prendeu a respiração. Depois de um momento interminável, Teddy sorriu.

— Eu tenho um!

— Isso é ótimo — Harry respondeu cuidadosamente.

Teddy deu um pulo e correu até Harry.

— Amo você, papai! — ele gritou, jogando os braços em volta das partes de Harry que ele conseguia alcançar, que eram principalmente joelhos. Então ele se virou e correu de volta para o sofá, lançando-se no colo de Severus. Montando nas pernas de Severus, ele beijou sua bochecha e disse:

— Amo você, pai.

Harry pôde ouvir o suspiro de Severus do outro lado da sala. Quando o homem ficou ali sentado, atordoado e em silêncio, Harry acenou com a mão na tentativa de tirá-lo daquela situação.

Severus piscou e ergueu a mão para passar a mão no cabelo de Teddy.

— Eu também amo você, filho — ele disse suavemente. — Mas agora é hora de dormir.

— Sim, isso mesmo — Harry interrompeu. — Por que você não vai para debaixo das cobertas e nós vamos aconchegá-lo em um momento?

Teddy fez beicinho, mas foi sem problemas.

Assim que saiu da sala, Harry correu para se sentar ao lado de Severus. Ele ergueu a mão para descansar em seu ombro.

— Tudo bem?

Severus finalmente virou a cabeça para encarar Harry, piscando rapidamente, e Harry moveu a mão para acariciar suavemente o cabelo macio de sua nuca.

— Severus?

Severus engoliu em seco.

— Tudo bem.

— Tem certeza?

— Ele... eu não mereço isso! Eu não posso acreditar que ele realmente...

Harry sorriu.

— Eu sei. Não é maravilhoso?

— É como se finalmente estivéssemos... — Severus parou. — Eu sei que as palavras não mudam nada, mas...

— É como se fôssemos uma família de verdade agora — Harry forneceu, puxando Severus para um abraço apertado.

Severus acenou com a cabeça contra o ombro de Harry e o agarrou com mais força.

— E sempre seremos — acrescentou Harry resolutamente.

Severus assentiu novamente.

— Sim.

Fim.

Speechless | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora