Paixão inesperada. - Mailila

Capítulo 15

Maiara narrando..

Duas semanas já haviam se passado, por sorte alguns de nossos shows haviam sido remarcados e então eu pude ficar na bad sem ter que forçar sorrisos por aí.

Eu não saia por aí, eu não socializava com algumas pessoas. Pra falar a verdade a única pessoa que se aproximava era a Maraisa. Eu resolvi ficar off, não queria falar com ninguém e não tinha coragem de falar sobre com a Marília. Acho que de todas as vezes em que eu e o Fernando, brigamos. A última foi o ápice. Ele ultrapassou limites que me deixaram constrangida e falar sobre era algo que ainda me doía.

Marília, me mandava mensagens e eu simplesmente não respondia. Ela me conhece e apenas um oi seria o suficiente pra ela desvendar até a minha alma.

Ele ainda não havia soltado nada nas redes sociais relacionado ao nosso término. O que era estranho, já que ele sempre fez de tudo pra sair por cima. E não falar sobre o fim da nossa relação deixava em aberto pra que eu tomasse a iniciativa e falasse que quem botou um ponto final foi eu, mas, naquele momento eu não queria lidar com mais uma coisa. Eu queria paz, tranquilidade e colocar os meus pensamentos e sentimentos no lugar.

Não vou dizer que tem sido fácil, pois no fundo eu realmente gostei dele. Não sei dizer o que me fez se sentir assim já que desde o começo ele foi uma pessoa  péssima e sem responsabilidade afetiva alguma. As vezes que no fundo, beeeem lá no fundo, quem deu abertura pra ele ser assim fui eu. Foi tantas pessoas falando sobre isso que no fim eu acabei pegando como uma verdade e acreditando mesmo me conhecendo e sabendo não deveria levar essa culpa.

É fim de tarde e tá sendo um dia como todos os outros. Boa parte eu passo em meu quarto o só saio quando a Maraísa, me enche o saco pra tomar ar fresco e espairecer a cabeça.

Eu já li alguns livros, já tentei compor, já assisti alguns filmes e já pintei alguns livros pra vê se ocupava a minha cabeça. Mas hora ou outra eu me via abatida novamente.

Estava com a tv ligada e com os pensamento longe, até que sinto meu celular vibrar sobre a cama. O alcanço e mal olho o visor do mesmo, apenas atendo a chamada no automático e coloco o celular sobre a orelha.

Ligação on:

— Oi!

— Maiara, que porra você tá fazendo? Tem duas semanas que você ignora as minhas mensagens. Não me dá notícias suas e o pior, aquela noite saiu aqui de casa como se estivesse fugida.

Eu ouço aquela voz e todo em mim se arrepiada. Seu tom é bravo, irritada e desapontado.

— Marília..

— Marília? — Ela diz com deboche. — Você acha que eu sou o que? Alguém que você usa e depois age como se nada tivesse acontecido? Eu tô cansada dessas suas atitudes. Já somos grandes e éramos pra estarmos sabendo lidar com essas coisas.

— Marília... — Minha voz sai embargada.

— Que foi, Maiara? Vai arranjar alguma desculpa pra que eu fique de boa com você como em todas as outras vezes? Sério.. tô cansada!

— Des...desculpa! — Sussuro.

Tento disfarça a voz de choro e o nó que está sobre a minha garganta, mas chega ser difícil. Ouvi-la falar daquela forma comigo na situação que me encontro me faz sentir coisas que eu estou lutando pra não sentir.

— Eu não queria sair correndo, eu não queria sumir e não queria que você se sentisse usada.

Um silêncio toma conta do outro lado da linha. Ouço a sua respiração e não parece estar pesada como a alguns minutos atrás.