Paixão inesperada. - Mailila

Capítulo 23

Maiara narrando...

As semanas passaram quase que arrastadas. A distância entre nos era sufocante. Não tinha um dia que eu não desejava estar ao lado da Marília. Todos os dias eu acordava torcendo pra que fosse o dia de nós  reencontrar.

Nesses dias que passaram houveram dias em que a paciência quase não existia. Entre uma mensagem e outra... uma ligação e outra, apesar de toda a saudade o ciúmes também se fazia presente.

Desde aquele ocorrido na nossa saída, eu de alguma forma fiquei insegura. Com a Marília, não havia me sentido assim. Mas pelas coisas serem tão calmas e claras por um momento me fez ficar em alerta. O fato de estar tantas dias longe da Marília, me fez me sentir um pouco insegura.

Eu sei como ela é, sei que quando está animada demais e com seus amigos, agora sair pra beber e pra curtir, mesmo que isso não queria dizer nada. Maaaaas, não posso negar que de alguma forma isso me incomoda. Ainda mais sabendo que o que temos é quase que um segredo de estado. - Dou risada do meu pensamento. — Eu sei que sou insegura pra dizer ao mundo o que está rolando entre nós, mas também sei que jamais gostaria de ver a Marília, próxima demais de outra mulher que não fosse eu.

— O que você pensa aí? — Maraisa diz enquanto me encara sentada em uma poltrona dm nosso camarim.

— Marília... — Falo sem nem ao menos a encarar.

— Saudades?

— Também...

Ela me encara por alguns segundos. — O que mais?

— Eu não sei! — Falo tentando deixar pra lá tudo isso.

— Diz!

Fico em silêncio tentando selecionar as palavras na minha cabeça até que a olho.

— Sabe... — Faço uma pausa. — E muito tempo longe dela. — Observo tudo ao meu redor e quando formulo a próxima frase. — Eu gosto tanto da Marília, que me dá medo.

— Medo de que? — Ela diz preocupada.

— Eu não sei ao certo. Mas, o foto de sermos segrego me trás uma certa insegurança.

— Por que você não conversa com ela?

— Não quero enche-la com essas coisas.

— Para irmã! — Ela diz me olhando. — Tenho certeza que ela não iria se incomodar de ouvir sobre as sua inseguranças, afinal, ela te ouviu por meses falar daquele bosta enquanto tentava disfarçar o que sentia por você.

Dou risada de sua fala e balanço a cabeça em negativo.

— Você sempre dá um jeito de me fazer se abrir melhor. — Me aproximo dela e a abraço.

— É porque te amo e quero te ver bem.

— Também te amo irmã!

Em meio a declarações, ouço ao fundo o pessoal da equipe nos avisar de que iríamos entrar no palco em alguns minutos.

Nós aprontamos e logo subimos e fazemos o que sabemos de melhor. As horas passam voando enquanto estou em cima do palco, apesar da falta da Marília, eu ainda consigo me distrair enquanto estou sentindo toda a vibração e entusiasmos dos nossos fãs.

(...)

— Estou exaustas! — Mairaisa diz assim que nos aconchegamos em nosso avião.

— Eu também! — Confesso. — Daqui até em casa tentarei dormir, estou cansada demais.

Maraísa me olha e apenas concorda. Eu alcanço o meu livro que está na poltrona da frente, coloco meus fones e me cubro. Leio por alguns minutos até que meus olhos pesem e acabo me entregando ao sono.