Casa, lar e calmaria.

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                            Ana Flávia Pov

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                            Ana Flávia Pov

Santa Catarina, 01:30 a.m

Sinto o vento gélido atingir o meu rosto quando estou dançando a última música do repertório. Apesar do calor exalando do meu corpo, ainda sim conseguia sentir o frio do Sul me deixar arrepiada.  Os últimos minutos pareciam eternos, eu me sentia extremamente exausta fisicamente, emocionalmente e mentalmente. E sentia que poderia quebrar a qualquer momento.

As cortinas se fecharam após os agradecimentos e eu suspirei pesado. Preciso da minha casa, da minha família. E do Gustavo.

Que saudade do Gustavo.

—Pai, ao invés de ir pro hotel hoje pra descansar podemos ir direto pra casa? —perguntei  enquanto caminhávamos para a van.

Meu pai me olhou franzindo o cenho antes de responder.

—O que aconteceu? Está tudo bem?

—Eu só estou um pouco cansada dos hotéis, pai, quero ir pra casa ficar com a mãe. — senti minha voz embargada.

—Vou fazer o possível para irmos ainda hoje, filha. —assenti.— Pai tá aqui, tá?

—Eu te amo.

Os minutos dentro daquela van pareciam cada vez mais sufocantes. Eu estava sem bateria no celular, então estava totalmente aérea, fazendo com que minha cabeça trabalhasse ainda mais.

Ultimamente não tem sido fácil lidar com as minhas inseguranças. Me sinto completamente deslocada nesse mundo e parece que nada do que eu faço me agrada. Estou em um looping infinito com a tristeza e não tenho mais forças para lutar contra. —suspiro alto.— Minha mente viaja até uma certa pasta oculta no meu celular, onde posso visualizar perfeitamente todos os comentários que tenho recebido recentemente.

"Força demais."
"Ela é muito criança pra ele, logo o Gustavo enxerga isso."

"Ela é muito chata! Grita demais e não canta nada"

Viro minha cabeça para a janela, querendo esconder minhas lágrimas do pessoal. Seria pedir muito pra isso acabar?

.

Já no quarto do hotel, limpo rapidamente minhas lágrimas quando ouço a minha assessora se aproximar.

—Ana. Só vamos arrumar as malas e ... Tá tudo bem?  — sua voz sumiu quando viu meu rosto vermelho, resultado de um choro recente.

Assenti com a cabeça, puxando o ar com o nariz.

—A gente vai pra casa? — perguntei.

—Sim, vamos! —respondeu rápida. —O que aconteceu?

—Nada, Bru.. eu só estou com aquela enxaqueca chata. — tentei despistar. —Preciso dormir, vai demorar muito para irmos?

—Não, seu pai me pediu para te avisar que vamos sair daqui 5min... é só o tempo de arrumar os últimos detalhes e guardar as malas no carro.

For All The Stars - MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora