Angel sempre foi a garota exemplar, vem de uma família considerada perfeita, mas a verdade é que ninguém sabe como sua vida é um inferno dentro de casa.
Sendo filha do único pastor da pequena cidade de Lancaster, ela tinha que se mostrar ser a garo...
Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por outra pessoa.
Do I wanna know- Arctic Monkeys.
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A tarde passou rápida. O café não teve muito movimento, então, finalmente terminei de ler Cinquenta tons de cinza.
Assim como toda tarde, Tom chegou pouco minutos antes de fechar. Como sempre, eu sorri alegre com sua presença, mas, dessa vez, seu sorriso foi um tanto falso, o que me deixou preocupada. O observei de longe, ele parecia pensativo e estava com o semblante um pouco triste.
O que pode ter acontecido?
Quando finalmente pude fechar o café, preparei dois copos de mocha e levei para ele, me sentando a sua frente.
— Aconteceu algo?— é a primeira coisa que pergunto.
Tom voltou seus olhos escuros para mim, surpreso por minha pergunta, mas, eu estava agoniada demais, não gostava de ver aquele semblante em seu rosto.
— Estou tão transparente assim?— murmurou, bebericando seu café.
— Para os outros não, mas para quem te conhece, talvez.— Dou de ombros.— Você não parece ter tido uma boa tarde.
Um suspiro escapa de seus lábios.
— Tenho pensado muito.
— E pelo modo que está, imagino que não são pensamentos bons.— consto, mordendo os lábios de leve. Eu não sabia o que dizer, não queria ser indiscreta e o incomodar, mas também, não quero ficar preocupada, sei que ficarei inquieta, quero o Tom sorridente de sempre.— Tom, por favor, eu não quero forçar a barra, mas te ver assim me preocupa. Se confia em mim, converse comigo. O que seus pensamentos estão gritando?
Ele fica alguns segundos em silêncio, me deixando um tanto angustiada. Tomo meu café, afim de não falar nada. Passado um tempo, Carson finalmente decide falar:
— Acho que devemos parar com isso, Angel.
Sinto meu coração bater mais forte. Olho para ele, sem saber ao certo como me expressar.
— Com isso? Isso o que?
— Nós. Essa coisa de eu te ensinar, o que um cara como eu pode ensinar a uma garota como você? Nada! Nada que presta.
— Tom, está de brincadeira?— Ri, desacreditada.— Foi exatamente isso que lhe pedi. Sabe que não quero ser essa garotinha inocente e inexperiente. Por que está falando isso?
