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O céu escuro, sereno de chuva próxima e nuvens pesadas lá fora. Não fazia ideia de que horas eram, mas o silêncio nas ruas deixava claro que era madrugada. Entre meus dedos, um beck marrom espairece minha mente. A brisa forte entrava pela janela e balançava a cortina de um lado pro outro trazendo de volta para mim a fumaça que eu lançava no ar.

Eu queria evitar ver a cara de Haruchiyo implicando comigo por não ter feito sua parte da janta como prometido na lista de regras. Na verdade, ele havia escrito apenas que eu cozinharia, mas não havia nada dizendo que teria que ser para ele.

Abaixei minha cabeça, estou estressada com minha vida dupla. Ser perfeita ou ser eu mesma. Desisto de pensar e levo o beck aos meus lábios. Assim que a fumaça preenche o interior da minha boca toda e qualquer tensão presente no meu corpo simplesmente é reduzida à medida que meus músculos relaxam.

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A sensação de ar quente voltando e tocando minha pele, é tão boa que parece ser correto. Meus olhos se fecham para curtir o momento quando uma brisa com um cheiro diferente de queimado invade minhas narinas. Afasto o beck dos meus lábios apenas para ter certeza de que a fumaça crescendo não vinha mais de mim, e realmente não vinha. Pensei que estava acordada sozinha nessa madrugada, mas me enganei.

_Haruchiyo?

_Oi._ Sua voz vindo da outra varanda soa relaxada.

Separados apenas por uma parede que divide nossos quartos. Antigamente, era um cômodo com beliche e alguns móveis. Devido a tantas brigas, papai planejou nos colocar em quartos diferentes, mas o único restante foi ocupado com a chegada da Senju; a beliche se transformou em duas camas e o que antes era apenas um quarto, foi dividido em dois por essa parede fina.

A fumaça surge novamente e desta vez estou olhado para o seu lado da varanda. _Qual você tá usando?_ Pergunto, mas não recebo respostas. Abaixei minha cabeça, apoiando meus punhos no para-peito da varanda, desistindo da idéia idiota de tentar iniciar uma conversa pacífica com esse fracassado.

De repente, sua mão fechada atravessa o vão entre as varandas e se abre quando chega ao seu limite, duas pílulas totalmente brancas e um cigarro. Pego dele e a mão volta pro seu espaço. Abro uma das pílulas e um pó com cheiro semelhante a querosene se espalha na palma da minha mão. Aproximo meu rosto da substância desconhecida e antes que eu chegue totalmente perto, Haruchiyo me alerta. _Se não tá acostumada, não cheira.

_É cocaína?!

_O que esperava? Sabão em pó?

_Ha ha, você não é Maria, mas tá cheio de graça, né?_ Escuto sua risada. Embora não possa ver seu rosto por conta da parede, sinto por alguns segundos nosso ódio se submeter a calmaria entre nós. Talvez em benefício das drogas. _Por que usa isso e fuma ao mesmo tempo?

ᗪOՏᗴ ᗪᑌᑭᒪᗩ: 𝑂𝑠 𝐺𝑒̂𝑚𝑒𝑜𝑠 𝐴𝑘𝑎𝑠ℎ𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora