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17 de janeiro de 2022

Mila Leone

São onze da manhã e ainda estou na casa de Rebecca, hoje nós duas temos folga então iremos almoçar no restaurante que meu irmão trabalha: Pacifico.

— Mila, anda logo! — ouvia Rebecca gritar do outro cômodo do apartamento. — Vamos nos atrasar!

— Sinto que não está com fome de comida e sim de meu irmão, senhorita Franco. — eu chegava pronta no mesmo cômodo que Rebecca e sorria sapeca para a mesma. — Vamos indo.

Quando chegamos na garagem ela me ofereceu as chaves de seu carro para eu dirigir. Tenho carteira mas não tenho carro, sou louca para comprar logo um.

— É sério, Becca? — eu perguntava incrédula.

— Sim! Confio em você e eu estou bem cansada. — ela dizia se acomodando no banco do passageiro.

Entrei no Fiat Panda branco extremamente aconchegante que Rebecca possui e liguei o carro. Me senti tão bem no banco do motorista!

Fui com cuidado por ainda não ter dirigido pelo tráfego de Milão, é bem mais movimentado que de Veneza. Chegando no Pacifico, Rebecca disse nossos nomes na recepção e logo nos levaram até uma mesa para duas pessoas.

Gabriel veio nos atender apenas para ter um momento de assunto pois já sabia o que gostaríamos de pedir, pelo menos o que eu gostaria de pedir.

— Oi, Rebecca... — ele estava nervoso mas sabia disfarçar. — Oi, maninha! O que desejam para o almoço?

— Pra mim será uma pasta Alfredo de sempre, Biel! — eu dizia animada pois amo o macarrão de Gabriel. — E você, Becca?

— Eu ia de Alfredo também mas acho que vou pedir algo diferente... — ela olhava para o cardápio pensando. — Vou no clássico mesmo. Carbonara, por favor.

— Ok! Em poucos momentos já venho com seus pratos, meninas. — meu irmão saía.

— Ok, Mila. Hoje nós precisamos aproveitar nossa folga e ir em algum clube. — ela dizia animada. — Faz semanas que você chegou e ainda não saiu para conhecer a noite divertida de Milão. — dizia triste.

— Não sei não, Becca. — eu estava apreensiva. — Amanhã nós duas trabalhamos.

— E daí? — ela dizia indiferente. — Um dia de ressaca leve não mata ninguém. Além do mais que seu emprego é numa sorveteria e não num escritório tendo que ler trezentos papéis diferentes para te dar mais dor de cabeça ainda. — ela comparava nossos trabalhos. Realmente, o dela é muito mais estressante do que o meu.

— Vou pensar. No final do almoço eu te dou uma resposta, pode ser? — ela concordava sorrindo e então comíamos um pãozinho que o restaurante dava como petisco.

×

Passei o almoço inteiro pensando e acho que devo aceitar. Eu mereço uma noite de diversão, não mereço?

— Eu aceito. — eu dizia assim que entrávamos no carro de volta.

— O quê? — ela estava confusa como se tivesse esquecido.

— Eu aceito ir ao clube essa noite.

— Sério?! Você não vai se arrepender! — dizia animada batendo palminhas enquanto eu avançava no sinal verde. — Vamos passar na minha casa só pra eu escolher minha roupa e mais tarde nos arrumamos na sua, pode ser? — concordei e Rebecca ligou o rádio do carro em seguida.

×

Eram exatamente seis da tarde e estávamos terminando de nos arrumar para o clube Gattopardo, super famoso aqui em Milão.

Ódio & Gelato | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora