você está me ouvindo? ; bsd fic

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Eu tenho muitas ideias que quero escrever ao mesmo tempo, mas não tava conseguindo tirar essa da cabeça então tive que colocar no papel, e aqui está! Espero que gostem!! Já digo que essa fic vai ser bem curtinha.

Um pequeno aviso: eu não achei nenhuma informação sobre linhas telefônicas anti-suicidio japonesas, então resolvi inventar uma mas com base no CVV do Brasil!

Dito isso, tive que envelhecer um pouco o Oda, nessa fic ele e o Dazai tem 8 anos de diferença.

E lembrando, não tem romance entre eles!

Outro pequeno lembrete: tudo nessa fic é  puramente ficcional, sei poucas coisas sobre psicologia e como é o atendimento no CVV.

De qualquer forma, espero que gostem :}

Tw!
Abuso infantil (implícito)
Tentativa de suicídio

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Oda bocejou, esticando os braços e sentindo seus ossos estralarem. Já estava quase no final de seu turno - ele se arrependia um pouco de ter escolhido trabalhar no período da noite, mas ele imagina que não poderia mudar isso por um bom tempo -. Não havia recebido ligações há algum tempo, ao qual ele ficava grato: era realmente um desafio para sua sanidade mental lidar com diversos tipos de pessoas potencialmente suicidas, sem contar com os ocasionais trotes. Mesmo assim, não poderia reclamar, havia escolhido isso para si mesmo. E ele não estava sozinho, ele quase sempre tinha seu amigo, Sakaguchi Ango, um psicólogo profissional, o supervisionando - ele era apenas um técnico em enfermagem, afinal de contas.

Felizmente para eles, já eram dez e meia da noite de uma sexta, e seu turno acabaria às onze horas.

O ruivo passou alguns momentos brincando com sua caneta enquanto Ango mexia em seu telefone, esperando mais uma ligação. Quando não receberam nada, Oda começou a juntar suas coisas para que pudesse partir e ele viu com o canto dos olhos seu amigo fazendo o mesmo. Porém, antes que pudesse se levantar, um som estridente atravessou a sala, o que fez com que Oda se encolhesse ligeiramente com a perturbação no espaço silencioso, mas logo se recuperou e tirou o telefone do gancho.

— Boa noite, CVV, como vai você? – O ruivo disse pacientemente, assim como era instruído a fazer. A linha ficou silenciosa por um momento, além dos ocasionais ruídos de água batendo contra pedras, ventanias e rodas de carro atritando contra o asfalto. — Alô...? – Oda tentou mais uma vez.

Um pequeno suspiro pôde ser ouvido. — Olá. Você está me ouvindo? – Veio uma vozinha e o jovem sentiu seu coração cair e, olhando para a carranca que se formou no rosto de Ango, percebeu que o homem sentia a mesma coisa. Essa voz pertencia, claramente, a uma criança. Provavelmente um garoto, a julgar pelo tom.

— Sim. Então, imagino que tenha um motivo pelo qual você ligou para cá. – Oda continuou, mantendo a calma, embora seu interior se sentisse em tumulto ao pensar no que faria uma criança que parecia ser tão jovem ligar para uma linha telefônica anti-suicídio.

A linha ficou em silêncio por mais um tempo, antes que uma pequena fungada pudesse ser ouvida. — Eu estou na borda de uma ponte. Tinha uma placa indicando que poderia ligar para esse número caso planejasse me matar. — A criança falou em um tom quase que robótico, preocupando ainda mais os dois adultos. — Acho que eu só quero saber se você será capaz de impedir isso.

Oda, honestamente, não sabia como proceder. Era o primeiro caso que ele tinha em que a pessoa do outro lado da linha estava literalmente a um passo de tirar sua própria vida - até aquele momento, só havia recebido chamadas de pessoas que desejavam conversar para se livrar dos pensamentos, mas não estavam prontas para cometer o ato -. Mesmo assim, o primeiro pensamento que teve era que deveria afastar o pequeno do perigo. — Que tal se afastar da borda, pode fazer isso? – O ruivo falou no tom mais suave possível, olhando para Ango e recebendo um aceno de concordância.