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Bullying (implícito)
Pensamentos suicidas-
O homem ruivo de 20 anos tomou mais um gole de seu café, embora estivesse ansioso para chegar em casa e comer aquele curry picante do dia anterior que o esperava na geladeira. Não demorou muito para que sua xícara estivesse vazia e ele colocasse-a de volta na mesa, tamborilando os dedos levemente enquanto esperava por outra chamada.
Oda havia, por algum motivo, decidido permanecer como atendente da linha de prevenção ao suicídio e já permanecia nesta há, aproximadamente, dois anos; sendo essa a mesma quantidade de tempo desde que ele se encantou pela psicologia e decidiu iniciar um curso.
Os motivos dessa escolha eram vários, com toda certeza. Ele diria que simplesmente gostava de ajudar os outros e a experiência com pessoas que buscavam ajuda parecia ter aberto seus olhos para a profissão. Um caso em particular não deixou os confins de sua mente: o daquele garoto de dez anos que o ligou quase às onze horas da noite na beira de uma ponte - mesmo que já tenham se passado dois anos daquela ligação. Foi quase que um impulso, sentiu o desejo de garantir que nenhuma criança jamais passasse por algo parecido novamente. Infelizmente, eles não conseguiram encontrar o garoto, mas Oda esperava de todo o coração que ele estivesse bem.
Claro, ele ainda desejava ser escritor, mas tinha plena ciência que apenas isso não o manteria vivo a menos que seus livros fizessem sucesso, então decidiu adotar isso como uma profissão secundária - mesmo que ainda não tivesse concluído nenhum livro.
Além disso, Ango certamente também tinha uma parcela de culpa por sua escolha, mas ele não tinha nada a fazer além de agradecer o homem.
Falando no diabo, ele ouviu barulhos de passos logo atrás dele e se virou para encarar o recém chegado, vendo seu amigo entrando em seu cubículo.
— Oda-san. – Ango cumprimentou, se sentando na cadeira ao lado dele e ajeitando a posição de um vaso de planta que repousava na mesa, antes de olhar diretamente para o rosto de Oda. Ele levantou uma sombrancelha. — Você tem feito a barba?
O ruivo soltou um simples bufo, antes de balançar a cabeça suavemente. — 'Tô sem tempo, agora que eu estudo de manhã e trabalho de tarde. – Respondeu, antes de olhar de volta para Ango. — Parece que você está tão arrumado como sempre.
O moreno encostou em sua cadeira. — Claro, uma aparência bem cuidada inspira maior confiança nas pessoas para comigo. — Falou, levantando ligeiramente seus óculos redondos. — Você deveria se cuidar melhor também. – O olhar de Ango fitou os cabelos bagunçados do ruivo com um olhar crítico, embora não fosse realmente insistente como normalmente era.
Oda piscou lentamente e estava prestes a responder, mas foi interrompido pelo barulho do telefone. Ele pegou-o e atendeu rapidamente, proferindo a costumeira frase que sempre dizia quando atendia o telefone, mas a voz que veio do outro lado da linha o pegou desprevenido.
— Olá, você está me ouvindo? – É o que foi dito em um tom preocupantemente exausto, que parecia deslocado vindo de uma voz que parecia ser tão jovem. O ruivo tinha a sensação de já ter ouvido aquela mesma voz antes e, com um olhar para Ango, percebeu que seu amigo sentia o mesmo que ele. O garoto de dez anos de dois anos atrás foi a primeira coisa que veio em sua mente. Mesmo assim, houveram outras vezes que crianças ligaram para aquele número, então ele não se precipitou.
Oda fez o possível para recuperar a compostura, limpando a garganta. — Sim. Como vai você? – Perguntou calmamente.
— Você lembra de mim? – O garoto do outro lado da linha rebateu, ignorando sua pergunta. Isso apenas reforçou sua teoria, mas ele ainda não tinha certeza.
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você está me ouvindo? ; bsd fic
Fanfiction5 vezes que Dazai ligou para a linha telefônica de prevenção ao suicídio, mais uma vez que ele não precisou fazer isso. ~ A arte da capa não me pertence!