Star Wars: Secrets of the Jedi

2. CAPÍTULO

Tudo começou com um menino que gostava de construir coisas. Talesan Fry tinha dez anos. Ele já havia ficado entediado com a escola há muito tempo. Ele preferia ficar em casa, em seu quarto, trabalhando com dispositivos que ele mesmo havia construído. Aos oito anos, ele instalou em sua casa um sistema de comunicação que usava ativação por voz para rastrear seus movimentos. Aos nove anos, ele descobriu como contornar isso, dando ao sistema uma leitura falsa, para que sua mãe nunca tivesse certeza de onde ele estava ou o que estava fazendo.

Agora, aos dez anos de idade, ele passou a espionar os vizinhos. Talvez fosse uma perseguição normal para um menino, mas neste caso, Taly fez um esforço especial para espionar os vizinhos que faziam de tudo para não serem ouvidos.

Invadir os principais canais de comunicação em seu mundo natal, Cirrus, foi muito fácil. O que Taly gostava de fazer era ficar à espreita. Ele invadiria os canais seguros, passaria pelos portões de segurança, abrindo um após o outro com alguns ajustes e cliques em seu sistema. Ele nunca ouviu nada muito interessante. Políticos. Agentes de segurança. Vice-presidentes corporativos. Ninguém com nada que valha a pena dizer, na opinião dele. Mesmo assim, ele continuou à espreita, pois gostava de fazer o que era proibido.

E então um dia ele ouviu algo interessante. No início, não bastava sequer levantar a cabeça do sofá-cama, onde voava indiferentemente um modelo de speeder Gion por controle remoto. Ele ouviu uma conversa rápida, uma comunicação sobre um trabalho que estava por vir.

"Negativo", alguém disse. "Mísseis concussivos atraem muita atenção de perto."

"Não faria mal nenhum tê-los. Não me importo com o que nosso empregador diz. Ele não está fazendo o trabalho, nós estamos. Não há sangue em suas mãos. Quero ser capaz de abrir caminho se for preciso."

Lentamente, Taly levantou a cabeça.

"Se chegar a esse ponto, você terá metade da força de segurança galáctica em seu encalço. Tem que entrar e sair, silencioso e rápido."

"Você acha que ensacar o líder de -"

"Sem nomes." A voz era curta. Taly agora estava com o ouvido encostado no transmissor. Ele havia ativado uma haste de gravação.

Seus olhos se arregalaram enquanto ele ouvia. Ele conseguia distinguir cinco vozes distintas e não demorou muito para perceber que eram caçadores de recompensas. Cinco caçadores de recompensas trabalhando juntos? Taly não sabia muito sobre caçadores de recompensas, mas sabia o suficiente para ter certeza de que uma aliança era altamente incomum.

Ele sabia que havia tropeçado em algo grande. Eles estavam falando sobre um encontro em algum planeta, sobre um assassinato. Eles já haviam escolhido a data e faltavam apenas quatorze dias padrão. Isso era algo que ele não conseguia guardar para si mesmo. Alguma coisa - e isso era o pior de tudo - ele teria que contar aos pais.

Uma hora depois, depois de reunir coragem, ele lhes trouxe a vara de gravação. Seus pais estavam alarmados demais para puni-lo. Eles contataram a segurança da Cirrus, que notificou a segurança galáctica em Coruscant. Eventualmente, a história de um menino que tinha informações sobre um grande plano de assassinato chegou à Comissão de Investigação do Senado sobre Distribuição, Disseminação e Proliferação do Crime nos Sistemas Central e Médio.

A Comissão esteve num impasse durante dois meses sobre a questão de saber se o âmbito das suas a investigação deve incluir a Orla Exterior. A notícia de Taly os atingiu como uma tagarelice elétrica, incitando-os a uma ação que estavam relutantes em realizar. Eles o convidaram para ser sua principal testemunha.

No momento em que esse pedido chegou à família Fry no Cirrus, as notícias da gravação de Taly haviam chegado a oficiais de segurança, senadores e assessores do Senado suficientes para que pudesse muito bem ter sido transmitido na HoloNet. Não demorou muito para que um funcionário corrupto encontrasse a pessoa certa, ansiosa para subornar. Em dois dias, Talesan Fry foi marcado para morrer pelos mesmos caçadores de recompensas que ele ouviu.