13. CAPÍTULO

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Obi-Wan olhou para Siri. "Quanto combustível temos?" Siri hesitou. Ela olhou para Taly.

"Diga." disse Taly. "Eu também preciso saber."

"Duas horas. Mal tivemos o suficiente para chegar a Coruscant."

"Cancelar reversão." disse Obi-Wan. "Temos que desmontar este dispositivo."

"Deixe-me ver." Taly disse ansiosamente. Obi-Wan acenou para ele e apontou para o esquema na tela de dados. "Existem dois lugares para tentar desmontá-lo: no switch ou na fonte. O único problema é... Se você fizer algo errado, você destruirá a nave." disse Taly, assentindo.

Siri se inclinou sobre a tela de dados. Quando ela se virou para falar, seu rosto estava muito próximo do de Obi-Wan. Ela rapidamente se afastou. "Esse tipo de coisa não é meu forte." disse ela. "Eu não conheço motores como você, Obi-Wan."

Obi-Wan também não os conhecia muito bem, mas decidiu que era melhor não dizer isso. Ele, como qualquer Jedi, poderia diagnosticar problemas, mesmo que o computador de bordo não estivesse funcionando. Ele sabia como contornar sistemas e mexer em um motor subterrâneo. Mas isso estava muito além de sua cabeça.

"Posso tentar encontrar o ponto de contato do dispositivo." disse ele. "Se ao menos pudéssemos entrar em contato com o Templo e alguém pudesse me explicar!"

Mas não havia serviço de comunicação no hiperespaço.

"Podemos enviar um sinal de socorro ao Templo." disse Siri. "Devíamos pelo menos fazer isso, para que eles saibam que estamos em apuros."

Mesmo que eles não possam nos ajudar. Obi-Wan sabia exatamente o que Siri não diria.

Ela se inclinou e enviou o sinal de socorro.

Taly estava folheando diagramas na tela. "Deixe-me estudar este esquema por um tempo."

Taly se aproximou para se concentrar. Eles observaram enquanto ele estudava diagramas e leituras. Então ele se virou. "Uh, pessoal? Vocês se importariam de não ficar pairando? Isso não está ajudando minha concentração."

Obi-Wan passou para outra tela de dados. Ele e Siri repassaram as mesmas informações que Taly.

"Não sei o que fazer." confidenciou Obi-Wan a ela. "Eu poderia repassar essa informação mil vezes e não acho que conseguiria descobrir.

"Você vai pensar em alguma coisa." disse Siri. "Ou eu irei, ou Taly irá."

"Temos duas horas." disse Obi-Wan.

O tempo parecia se arrastar, mas de repente uma hora se passou. Obi-Wan tentou não olhar para o cronômetro no painel de instrumentos, mas os segundos passavam em sua cabeça. Taly estava com a cabeça entre as mãos.

"Há uma coisa que podemos tentar." disse Taly finalmente. "Interrompa o processo de reversão durante o último ciclo e reverta-o. Em seguida, avance novamente, mas desta vez, mude para poder auxiliar."

"Em outras palavras, você ativaria a explosão, depois a cancelaria e esperaria que ela não fosse reativada a tempo." disse Obi-Wan.

"Mas não temos como saber com que rapidez ele será rearmado." destacou Siri. "Poderíamos nos explodir."

"Esse é o perigo." admitiu Taly.

Obi-Wan e Siri trocaram olhares.

"Pelo menos o plano de Taly nos dá uma chance." disse Obi-Wan.

Taly cerrou os punhos. "Eu deveria ser capaz de descobrir isso! Eu deveria ser capaz de desmontá-lo!"

Obi-Wan colocou a mão em seu ombro. "Taly, está tudo bem. É muito engenhoso. Muito detalhado. Nenhum de nós pode desmontá-lo."

"Vamos esperar até o último minuto possível, para ter certeza de que não teremos outra ideia. Depois podemos prosseguir." propôs Siri. "Concordam?"

"Concordo." disse Obi-Wan.

Taly assentiu com o rosto pálido.

Era uma aposta pela qual poderiam pagar com a vida, e eles sabiam disso.

Eles não tinham mais nada para tentar.

Taly sentou-se no outro lado da cabine. Ele havia acessado o holomapa e estava simplesmente folheando os quadrantes espaciais, um após o outro, olhando para os pulsos de luz que indicavam planetas e luas.

Siri havia desaparecido da cabine. Ela estava olhando para a tela de dados. Ela havia descido até o compartimento do motor. Ela havia revisado os manuais de operações. Ela não tinha pensado em nada. Obi-Wan sabia que ela se sentia tão impotente quanto ele. Eles não estavam acostumados a se sentir assim.

Ele foi procurá-la. Ela estava enrolada no porão de carga, no chão, enrolada em um cobertor. Sem dizer uma palavra ela abriu o cobertor para que Obi-Wan pudesse deslizar para perto dela. Estava frio. Ele se lembrou das primeiras horas da manhã que passaram na caverna, observando o sol nascer.

"Acho que atingimos algo que não podemos resolver." disse Siri. "Isso não deveria acontecer."

"Yoda diria que os Jedi não são infalíveis. Estamos apenas bem preparados."

"Bem preparados, estamos." Siri disse gentilmente na linguagem Yoda. "Infalíveis, não somos."

Eles riram baixinho.

"Quando chegar o momento, estaremos juntos." disse Obi-Wan.

Ele estendeu a mão. Siri colocou a mão dela na dele. Ao toque dela, algo se moveu entre eles, uma corrente que parecia viva.

Finalmente ele sentiu como era tocá-la. Ele percebeu que estava pensando nisso há dias. Talvez durante anos. Ela envolveu os dedos nos dele, firmes mas gentis, exatamente como ele sabia que ela faria. Ele podia sentir o calo na palma da mão devido ao treinamento com o sabre de luz, mas a pele dos dedos dela era macia. Suavidade e força. Ele sabia que sentiria isso.

Algo se libertou dentro dele. Ele se sentiu preenchido com seu sentimento, embora não conseguisse nomeá-lo. Ele não ousava nomeá-lo. No entanto, de repente, tornou-se mais real do que qualquer coisa em sua vida. Mais real do que o perigo em que corriam. Mais real do que os Jedi

"Siri."

"Eu também sinto isso." A voz dela era um sussurro.

Ela virou o rosto para ele. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela meio riu, meio chorou. "Isso não é engraçado? Não é a coisa mais estranha?"

"Não." disse Obi-Wan. "Isso sempre esteve lá. Eu simplesmente nunca quis ver isso. Desde aquela primeira vez que falei com você, quando você estava com tanta raiva de mim por deixar os Jedi." disse Obi-Wan. "Você estava comendo um pedaço de fruta. Você apenas continuou mastigando e olhando para mim, como se eu não me importasse."

Siri riu. "Eu me lembro. Queria te deixar com raiva."

"Você me deixou furioso. Você sempre soube fazer isso."

"Eu sei. E você sempre esteve tão certo. Tão justo. Você me deixou furiosa também. Muitas vezes."

"E então nos tornamos amigos."

"Bons amigos."

"E agora...." disse Obi-Wan, mal ousando respirar. "O que somos?"

"Estamos em uma nave condenada." disse Siri. "Então acho que a questão é: o que teríamos sido?"

Ela apertou ainda mais a mão dele. Ela se inclinou para frente e encostou os lábios na bochecha dele. Ela não o beijou. Ela apenas descansou ali. Naquele instante, Obi-Wan sentiu algo: uma conexão que o ligava a ela, não importa o que acontecesse. Siri. Ele queria dizer o nome dela em voz alta. Ele queria nunca sair deste chão frio. Ele queria tocar as pontas do cabelo sedoso dela e respirar o perfume que emanava de sua pele.

"Aconteça o que acontecer." ela sussurrou contra a bochecha dele, seus lábios quentes e macios, mais suaves do que ele poderia imaginar. "Eu vou me lembrar disso."

Star Wars: Secrets of the JediOnde histórias criam vida. Descubra agora