3. Primeiro dia Humano

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Para Hinata Shouyo foi como se ele estivesse acabado de acordar de um sonho longo e prazeroso.

Quem realmente visse o caos que é transformar um cupido em um humano, nunca mais ousaria deixar que isso acontecesse. A decadência de um cupido para um humano é no mínimo significativa para aqueles que estão envolvidos na manutenção do equilíbrio. Entretanto, essa substituição na verdade foi um pouco mais complicada por questões passadas envolvendo o ruivo.

É claro que agora tudo está resolvido, e as entidades mágicas deram um jeito de que tudo voltasse ao seu devido lugar, visto a confusão que antes residia por culpa do bendito cupido que se flechou.

Mesmo com toda essa bagunça devidamente organizada, Hinata acordou leve e em paz em sua cama.
Sentia-se nas nuvens ao despertar de um sono que revigorou até sua alma. Ele passou os dedos pelos fios alaranjados e se pôs sentado na cama, se espreguiçando. Pegou o celular e havia uma mensagem de Kenma.

"Ainda está valendo?"

Hinata piscou várias vezes. Coçou os olhos e releu a pergunta mais algumas vezes, antes de responder:

"O que está valendo?"

De imediato foi visualizada a mensagem, Kenma estava digitando.

"O filme às 17h?"

Estranhamente Shouyou não se lembrava de nenhum filme ou coisa do tipo. O que ele havia marcado? E como ele pôde esquecer?

Rolou as mensagens para cima rapidamente. Kenma ainda estava online e esperava uma resposta. Hinata começou a ficar ansioso, até que essa angústia se dissipou. Ele achou as mensagens e o combinado.

"Ah, sim!"

Kenma visualizou e ficou off-line.

Hinata suspirou, levantando e esticando as mãos lá no alto para se espreguiçar. Mais um dia começou.
Tomou um banho e se arrumou para o colégio. Pegou a mochila e conferiu novamente o celular, indo para a cozinha.

— Bom dia, Shou-chan! — Natsu gritou, abraçando a cintura do irmão. A pequena ruivinha sempre acordava animadíssima para a escola.

— Bom dia! — Deu batidinhas nas costas da irmã, já que não alcançava a pequena e teria que se abaixar.

Natsu se afastou e sentou-se no banco da cozinha, tagarelando algo sobre suas amiguinhas da escola. Hinata ouvia tudo e ficava surpreso com várias histórias e o que a pequena iria fazer naquele dia.

— Isso não é meio perigoso? — Perguntou o irmão, bebendo um gole generoso de Toddy.

— Que nada! — assegurou, exibindo um sorriso confiante. — Perigoso mesmo seria se você acabar atirando em alguém!

— O que a mãe acha disso?

— A mãe nem sabe! — Hinata abriu a boca em choque. Precisava lembrar disso depois, poderia ser uma arma valiosa contra a pequena. Não que Hinata fosse do tipo de irmão que subornava. — Xiu! Viu!?

Ele fechou o zíper imaginário em sua boca e jogou a chave fora. Natsu se sentiu vitoriosa e mal sabia ela que o irmão estava planejando pegar a chave de volta e abrir o cadeado do zíper imaginário.

Antes de sair, Shouyo colocou o tênis e ajudou sua irmãzinha a colocá-los. A mãe apareceu em seguida, saindo do quarto arrumada e pegando as chaves do carro.

— Mãe, eu vou na casa do Kenma hoje. Não devo voltar tarde — avisou, fechando a porta do carro e acenando para a mulher.

Segurou com força na alça da mochila, atravessando a rua com cuidado encarando os dois lados quatro vezes, para se certificar.

Amor por Acidente - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora