Capítulo 3

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― Quem esses imbecis pensam que são? Insinuando ser incompetência sua

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― Quem esses imbecis pensam que são? Insinuando ser incompetência sua...

Apesar de irritada, Amanda falava baixo e mantinha a compostura. Lembrei de como ela era alegre e espontânea quando começou conosco. Senti um aperto no peito ao perceber o quanto podei suas asas. É preciso caber na gaiola se quiser ter sucesso nesse mundo, pensei.

― Eles não fazem ideia de como foi difícil aprovarmos essa proposta. Não teriam sequer conseguido apresentá-la pessoalmente quanto mais chegar próximo do valor que fechamos. ― Renato falou de modo mais incisivo. ― E ainda querem crescer para cima de nós!

A reunião estratégica semanal havia sido tensa. Nem me afastei da sede e a disputa para ocupar meu espaço já tinha começado. Bando de abutres asquerosos.

― Não deixam de ter razão. ― Falei enquanto voltávamos para a nossa área. Senti os olhos arregalados sobre mim, sabia que ficariam revoltados com esse comentário e, antes de levantarem a voz negando, cortei:

― Vamos focar em trazer resultados. Os números provarão quão certeira foi a nossa aposta e como somos bons no que fazemos.

Dei tempo para assimilarem o que eu havia dito. ― Foco, pessoal. Vocês viram como as expectativas estão baixas, praticamente se esqueceram dos demais projetos na esteira e estão só visando nesse. Estão apostando no fracasso.

Concordaram desanimados. ― Precisamos dar o nosso melhor. Se a fábrica for bem sucedida, teremos o pool de empresas do César em nossas mãos. Essa é a nossa recompensa, entenderam? É nisso que devem focar a partir de agora.

Eu não podia me dar ao luxo de concordar com eles. Não faria nenhum bem reforçar esse tipo de comportamento. Aprendi há muito tempo que os resultados provam a nossa competência. Quanto mais expressivos forem, menos chance têm de negar o nosso valor ou calar a nossa voz.

Um pouco mais animados, viraram comigo para a esquerda, em direção ao corredor de acesso para a nossa área.

― Odeio o jeito como o Paulo olha para você. Se inveja matasse, você tinha batido as botas lá dentro ― Vitória comentou do nada após alguns segundos de silêncio. Levei até um susto, pois não a vi saindo com a gente da sala.

Ignorei seu comentário deliberadamente, não queria ninguém reclamando ou gerando qualquer intriga, precisava de todos com a cabeça no jogo, só assim teríamos alguma chance.

Ao chegarmos às mesas combinamos algo sobre o almoço. Sentei-me, abri o note e entrei na agenda. Ainda era quarta-feira e eu já estava esgotada. Nem lembro como cheguei em casa ontem, saí daqui às 21 horas e, antes da troca de turno da portaria, já estava de volta. 

A semana anterior passou voando e, com tantas pendências para resolver, essa seria igual. Para piorar, mesmo correndo atrás durante todo o fim de semana, não encontrei nenhum lugar seguro para deixar o Fred. Peste de gato, se não fosse aquela carinha de pobre coitado... Não importa, agora ele é minha responsabilidade. Mas, olha o prejuízo!? Tudo por culpa daquele...

Um amor de ClicheOnde histórias criam vida. Descubra agora