Capítulo 11

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― O quê? Como assim, o Juiz ainda não deu início ao processo? Não me interessa se fizeram milagre, porra. Se vira. Ou aquele filho da puta do Marcelo vai preso, ou vocês vão pro olho da rua!

César apertou a tela com força para encerrar a ligação. O celular tremia na palma de sua mão, as juntas brancas pela pressão. Só percebeu que iria jogá-lo contra a parede quando viu Eduardo.

Ah, porra... 

Abaixou o braço devagar e tentou controlar a força ao colocar o aparelho sobre a mesa.

― Vai ficar aí parado?

Vendo o garoto se virar para sair, passou a mão pelo cabelo. Merda.

― Entre. ― Por algum motivo, a presença dele o acalmava. E só Deus sabia o quanto precisava de um pouco de paz. ― Pode entrar.

Eduardo entrou e ficou parado, olhando para as mãos. Havia duas cadeiras à frente de sua mesa, qual era a dificuldade de escolher uma para se sentar?

Preciso me acalmar, ele não tem culpa de nada. Quando ia falar, ouviu uma voz suave e baixa.

― Não queria atrapalhar.

― Acho que você é o único, então. Senta aí, eu só estava... ― Olhou para a pilha de papéis e para a lista de pendências. ― Nem sei mais.

O processo aberto contra seu tio não avançava. O infeliz sumiu do mapa sem deixar nada em seu nome. Como se não bastasse tamanha traição e a fortuna desviada ao longo de décadas, a produção da nova coleção estava muito atrasada.

Esfregou o rosto para apagar os problemas e começou a organizar os papéis da mesa.

Eduardo criou coragem e segurou o dedo mindinho de César para chamar sua atenção. Viu os pelos loiros do braço forte se arrepiarem no mesmo instante em que sentiu um choque. Afastou-se e esfregou as mãos na calça jeans.

― V-você já comeu? Eu... estou indo... ― Apontou para a porta e começou a sair da sala.

― Você está me convidando para jantar? ― Ao ver o japonês de costas, afirmando com a cabeça enquanto as orelhas ficavam vermelhas, César riu pela primeira vez na semana. Ele se levantou, pegou seu blazer e fechou seu computador na velocidade da luz.

― Ótimo. Estou morrendo de fome. ― Envolveu o ombro de Eduardo e começou a falar sobre comida. Infelizmente, não percebeu o sorriso do outro ao sentir o peso de seu braço.

César escolheu um restaurante na principal rua comercial da cidade. A comida era caseira, mas bem feita. Eduardo não quis negar a sugestão, porém, sua tensão crescia com a proximidade do local.

Ao chegarem, sentaram-se numa mesa afastada e foram rapidamente atendidos. Como era raro encontrar a "estrela de Serra Serena", o garçom estava radiante. Atender César era motivo para se vangloriar até o próximo ano.

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