Tudo ia bem na vida de Carolina Campos de Oliveira. Como única gestora de uma empresa de consultoria internacional, estava desfrutando do que sempre sonhou: independência financeira, liberdade pessoal e reconhecimento profissional. Ia tudo muito, mu...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Entrei no quarto, tranquei a porta e a segurei. As mãos vibravam como se protegessem a entrada de uma invasão muito perigosa.
Meu Deus!
O que foi aquilo?
Apoiei a testa na madeira, e tentei controlar a respiração.
― Esse homem é perigoso. Muito perigoso.
Como pode uma pegada na nuca ter um efeito direto na calcinha?
Em dez anos de casada, nunca imaginei ser possível sentir tanto, com tão pouco.
― Foi só um beijo, pelo amor de Deus!
Minha mente gritou: sim! Sim! E que beijo!
Imagine o resto.
― Não. Não!
Nem pense nisso. De jeito nenhum. Nem sonhando.
Preciso me afastar. É isso. Preciso manter uma distância segura desse homem.
Tenho uma vida boa, bem longe daqui.
Me afastei da porta, e alisei a roupa. Comecei a arrumar o cabelo.
― Não posso e nem quero correr qualquer risco de perder o que demorei tanto para conquistar.
O tesão circulando em minhas veias era insano.
― Oh, minha Nossa Senhora. Precisava ter uma pegada tão boa assim?
Comecei a andar de um lado para outro, abrindo e fechando as mãos, para me livrar da maldita adrenalina. Só me lembrei de estar forçando o gesso quando meus olhos pousaram no espelho. De corpo inteiro.
Bastou uma escaneada na imagem à minha frente para eu me comparar com a beldade suculenta. Quer dizer, das suculentas na varanda.
Meus ombros caíram. Senti um aperto no peito. Mas não entraria nessa vibe de autocomiseração.
― Só preciso tomar um pouco mais de colágeno. Só isso!
Me sentei na cama, abatida.
Eu quero...
― E depois? Eu fico com ele, e daí? Eu não... Eu teria... não conseguiria...
Uma avalanche de dúvidas e medos me carregou para um canto escuro. Quando comecei a sentir a respiração difícil, fugi para o banheiro.
― É o cansaço. Só preciso descansar um pouco.
Enquanto tomava banho, tentava evitar os pensamentos intrusos. Eu não queria ter um ataque de ansiedade por algo que sequer iria acontecer.
― Minha vida está ótima, não preciso de nada nem de ninguém.
Comecei a secar o cabelo.
― Só preciso de... Eu... vou marcar um jantar com meus amigos quando voltar para São Paulo. Só estou um pouquinho carente. Só isso.