Capítulo 10

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Entrei no quarto, tranquei a porta e a segurei. As mãos vibravam como se protegessem a entrada de uma invasão muito perigosa.

Meu Deus!

O que foi aquilo?

Apoiei a testa na madeira, e tentei controlar a respiração.

― Esse homem é perigoso. Muito perigoso.

Como pode uma pegada na nuca ter um efeito direto na calcinha?

Em dez anos de casada, nunca imaginei ser possível sentir tanto, com tão pouco.

― Foi só um beijo, pelo amor de Deus!

Minha mente gritou: sim! Sim! E que beijo!

Imagine o resto.

― Não. Não!

Nem pense nisso. De jeito nenhum. Nem sonhando.

Preciso me afastar. É isso. Preciso manter uma distância segura desse homem.

Tenho uma vida boa, bem longe daqui.

Me afastei da porta, e alisei a roupa. Comecei a arrumar o cabelo.

― Não posso e nem quero correr qualquer risco de perder o que demorei tanto para conquistar.

O tesão circulando em minhas veias era insano.

― Oh, minha Nossa Senhora. Precisava ter uma pegada tão boa assim?

⁠Comecei a andar de um lado para outro, abrindo e fechando as mãos, para me livrar da maldita adrenalina. Só me lembrei de estar forçando o gesso quando meus olhos pousaram no espelho. De corpo inteiro.

Bastou uma escaneada na imagem à minha frente para eu me comparar com a beldade suculenta. Quer dizer, das suculentas na varanda.

Meus ombros caíram. Senti um aperto no peito. Mas não entraria nessa vibe de autocomiseração.

― Só preciso tomar um pouco mais de colágeno. Só isso!

Me sentei na cama, abatida.

Eu quero...

― E depois? Eu fico com ele, e daí? Eu não... Eu teria... não conseguiria...

Uma avalanche de dúvidas e medos me carregou para um canto escuro. Quando comecei a sentir a respiração difícil, fugi para o banheiro.

― É o cansaço. Só preciso descansar um pouco.

Enquanto tomava banho, tentava evitar os pensamentos intrusos. Eu não queria ter um ataque de ansiedade por algo que sequer iria acontecer.

― Minha vida está ótima, não preciso de nada nem de ninguém.

Comecei a secar o cabelo.

― Só preciso de... Eu... vou marcar um jantar com meus amigos quando voltar para São Paulo. Só estou um pouquinho carente. Só isso.

Um amor de ClicheOnde histórias criam vida. Descubra agora