James Barnes sempre encontrou em Lily Russell seu único e verdadeiro amor. No entanto, como muitos sabem, o destino adora pregar peças.
A história de James e Lily se desdobra ao longo de décadas marcadas por eventos como o trem, o avião e o desfecho...
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PEARL HARBOR
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NEW YORK | DECEMBER, 1941
Dizem que nossos traumas nos impedem de seguir em frente, como barreiras que se formam e nos fazem travar no meio do caminho. Mas também, nos dizem que são eles os responsáveis por nos moldar. Mas será que é justo darmos tanto crédito ao que quase nos matou?
Inspire. Respire. Conte até dez e repita o processo.
— ...autoridades ainda não explicaram o que aconteceu nessa madrugada, a população está alvoroçada e famílias estão acampadas às portas do Prédio do Governo em busca de respostas...
— Eles não deveriam estar trancando as ruas — a voz de Phillips fez com que Lily deixasse de prestar atenção nas palavras do radialista.
A loira olhou ao redor, buscando algum ponto de referência em meio à população que deixava as ruas estreitas, porém tudo o que via era pessoas com cartazes ignorando o frio que assolava as ruas de Washington. As largas ruas que davam acesso ao Capitólio pareciam um formigueiro, o que deixava a loira temerosa ao questionar-se onde estariam Peggy e Simon.
À medida em que a porta do carro foi aberta, Lily jogou o capuz de seu sobretudo por cima de sua cabeça e a mão de Phillips agarrou seu antebraço, a guiando o mais rápido possível para dentro do edifício.
Andaram em direção às escadas da direita, que davam acesso ao andar superior, onde era o escritório do Ministro de Guerra. Ela respirou duas vezes, colocando na ponta de sua língua todo o discurso que ensaiara anteriormente, se aquele local estivesse em silêncio, seriam capazes de ouvir as engrenagens de seu cérebro funcionarem.
Em frente à alta e imponente porta de carvalho, duas figuras os aguardavam, o alívio estampado na face de Lily ao avistar Abraham e Howard os aguardando. Ali, faltavam apenas Peggy e Simon, cuja missão os ausentara duas semanas antes daquele 7 de dezembro.
Lily gostaria de abraçar os amigos, mas conteve-se, aquela não era hora para afeto. Era a hora de serem os profissionais que haviam chamado para resolver o caos que se instaurara no país antes do amanhecer.
O singelo cumprimento que deram antes da porta abrir-se e revelar o Ministro de Guerra, foi o suficiente para que visse as olheiras de Howard e a expressão cansada de Abraham. Ela e o moreno sabiam o que viria daquele momento para a frente, mas o que lhes preocupava era onde estava Peggy.
