03. Eu Vou Continuar Te Guiando, Se você Continuar Me Guiando Para Seu Quarto

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⋆˙𓇼๋ ࣭ ⭑

— Por que está me seguindo? - Perguntou ao ouvir minha voz soar alarmante por aquela rua pela segunda vez. Ela andava tão desnorteada e apressada que nem se deu conta de que estava bem atrás dela.

— Scar... - Seu nome quase não saiu por se encontrar ofegante. — Preciso falar com você. - A olhei, talvez com pena mas de fato preocupado com a garota. — Você está bem? - Franziu o cenho.

— Olha bem para a minha cara e vê se eu pareço estar bem, JJ... Caralho, você é burro??? - E lá estava ela, descontando tudo o que sentia em mim assim como nas outras vezes. — Desculpa, eu não... - Desviou o olhar. — Você não tem nada a ver com isso.

— Não, está tudo bem! Não precisa se desculpar. - Me aproximei vendo-a abraçar os próprios braços e suspirar.

— Acho que ele está certo. - A vergonha em sua voz era nítida. Rafe sabia perfeitamente como entrar em sua mente, a fazia se sentir pequena.

E então pela terceira vez naquela noite eu senti seu corpo em contato com o meu, ao abraçá-la e ver que não recusou a apertei contra meu corpo. Scarlet precisava daquilo, ela buscava por amparo e precisava de consolo, eu só não entendia por que era eu quem sentia a necessidade de consolar alguém que me maltratava tanto.
Eu via em seu olhar a confusão, o modo como ela parecia estar perdida, como se não reconhecesse nem o seu próprio corpo, como se seus sentimentos tomassem conta de toda e qualquer atitude que ela precisasse ter. Scar era como uma bomba relógio prestes a explodir, mas será que seria eu a pessoa desarma-lá no último segundo?

— Ele não está, Scarlet. - Tomei coragem de responder. — Podemos viver brigando mas sei o suficiente que você não é absolutamente nada do que Cameron falou. - Usei meus dedos para fazer uma espécie de carinho em suas costas.

— Você não me conhece. - A vi me olhar pontuando a segunda frase que mais ouvia de sua boca.

E então com a força de um leão, Scarlet me empurrou fazendo meu corpo cambalear para trás, como se sua cabeça tivesse acabado de alertar um invasor em seu território.

— Não chegue perto de mim! - Apontou em meu rosto. — Por que está fazendo isso? Por que se importa? Você faz as garotas se sentirem exatamente como eu me sinto! Usa elas e descarta como se fossem nada e depois quer me dizer alguma coisa? Bancar o conselheiro? - Travei a mandíbula. — Não! Eu não vou te deixar entrar na minha cabeça e achar que pode me dizer alguma coisa por somente deduzir que me conhece!

Cocei a nuca completamente desinteressado daquele assunto. Eu não estava ali por querer algo com a garota, talvez uma parte de mim sim mas não completamente. Só não era justo deixá-la ir sozinha para casa na situação em que se encontrava, estava a noite e ela estava somente de biquínis. Qualquer homem sem o mínimo de noção a encararia como um convite.

— Scarlet, cala a boca!!! Olha o seu estado! - Deixei que minha irritação falasse mais alto e apontei em sua direção. — Estou tentando te ajudar, então pelo menos hoje para de me ver como um monstro ou sei lá o que e me deixa te levar para casa, depois você pode voltar a me odiar... Agora vamos! - A dei espaço para passar na minha frente.

— Não, eu não quero sua ajuda! - Sua teimosia deixava de ser algo atraente e agora passava a me deixar irado.

— Scarlet... - Bufei.

— Eu não vou com você nem que seja arrastada.

— Pois então está decidido! - Agi completamente por impulso e peguei a ruiva no colo, mas mais estranho do que isso, foi sentir sua pele se arrepiar ao meu toque. Essa reação incomodava mais a mim do que ela.

𝑫𝒂𝒚𝒍𝒊𝒈𝒉𝒕 - 𝑱𝑱 𝑴𝒂𝒚𝒃𝒂𝒏𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora