VIII- Tenente.

293 35 76
                                    

Nota da autora:
Oi lindos, voltei!
Bom, não me matem pelo capítulo de hoje

Percy.

Um ano depois...

Percy vira outra caneca de cerveja, que bate na mesa com força assim que ele a abaixa. Ele realmente não gosta de beber, mas desde que a rainha de Esparta dera a luz ao futuro herdeiro do trono, havia utilizado desse recurso como um escape.

O gosto amargo da cevada tornava o passado mais fácil de engolir.

— Você está bem? — pergunta Jason Grace, seu amigo e colega de profissão. Havia se aproximado dele assim que voltara para Esparta e fora redirecionado para o cargo de tenete da guarda do vilarejo que rodeava o palácio. Ele era um de seus melhores e mais fiéis homens.

— Isso é ridículo. — responde com uma ríspidez desnecessária. — É impossível que as pessoas acreditem que essa criança é realmente filha do rei.

Jason une as sobrancelhas loiras.

— Está acusando nossa rainha de adultério?

O tenente ergue os ombros.

— Você já o viu. Sabe que minhas crenças tem fundamento.

— Mas a genética moderna... — o mais novo tenta interpor.

Percy ergue a mão para impedi-lo de continuar, fazendo uma careta ao dar outro gole demorado na cerveja.

— Me poupe, Grace. Você sabe que esses estudos não passam de suposições feitas por homens lunáticos e solitários.

— Você é um lunático solitário, tenente Jackson, e mesmo assim acredito nas suas suposições. — devolve ele, tomando da própria bebida.

O moreno ri da audácia do amigo. Era uma das coisas que mais admirava em Jason, o fato de ser um cara corajoso, mas de humor afiado.

— Muito bem. — o tenente fica de pé, desembolsando algumas moedas de cobre e as deixando sobre o balcão antes de se voltar novamente para o jovem soldado: — Vou ficar satisfeito em ceder minha posição a você quando eu entrar na guarda real.

E deixa o pub em direção a rua de pedra cercada pelo comércio das manhãs de segunda-feira. A brisa fresca fazia com que a temperatura se mantivesse agradável e carregasse o cheiro de pão recém-saído do forno até o olfato do tenente. Era assim todos os dias: ele se levantava antes do nascer do sol, bebia sua cerveja e seguia para o quartel, passando em frente a padaria e resistindo aos deliciosos aromas dos quitutes da sra. Di Angelo.

Jason parou novamente ao seu lado depois de correr para alcançá-lo, batendo as palmas nas laterais da calça do uniforme.

— Nunca entendi essa sua obsessão pela família real. — comenta. atraindo novamente o olhar de Percy, mas agora de maneira curiosa.

— Todos somos um pouco obcecados pela família real. — tenta expressar com a maior indiferença possível. — Acho que é um tanto inevitável.

O loiro assente, esperando ambos virarem uma curva no caminho para falar:

— Mas não é só por conta do salário que você quer esse cargo, certo?

Percy se sente ligeiramente encurralado com a pergunta. Nem Jason nem nenhum de seus soldados sabia sobre seu passado em Atenas. O fato de que ele fora guarda-costas da filha do rei Frederick e agora a atual rainha de Esparta havia sido praticamente apagado da história do reino. Percy de certa forma não perdera o prestígio que conquistara no meio militar, mas havia sido enviado para longe.

Touch It - (percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora