Touch It - (percabeth)

XIII- Coração Partido.

Annabeth.

Percy não tira os olhos dela.

Ele fecha a porta assim que a rainha entra e fica parado, apenas a encarando. Annabeth analisa o ambiente ao seu redor, curiosa. É uma casa simples, como todas daquela parte do vilarejo. Na sala onde estava, havia blocos de madeira espalhados no tapete e um pequeno caderno de capa de couro sobre a poltrona.

— É seu? — pergunta indicando o objeto antes de caminhar até ele.

Mas o soldado se move ao mesmo tempo, segurando-a pelos cotovelos e a impedindo de continuar.

— Como chegou aqui? — pergunta, o tom cortante.

Annabeth olha dentro de seus olhos verdes, se mantendo rígida. Mal consegue acreditar que ele está ali. Sólido. Inteiro. O pai de seu filho. O homem para quem ela se entregara de corpo e agora pretendia se entregar de coração.

— Soube pelo tenente Grace que você havia desembarcado. — respondeu, sem rodeios. — Sou amiga da esposa dele, caso não saiba. Também me disse onde te encontrar.

Percy parece assimilar as informações por alguns instantes antes de soltá-la, assentindo enquanto esfrega a lateral da cabeça.

— E você só cavalgou até aqui no meio da madrugada?

— Sim. — a rainha apenas dá de ombros. Não era a primeira vez que fazia algo do tipo, afinal, e Percy sabia disso.

— Na chuva?

— Não estava chovendo quando eu saí.

Inesperadamente, um dos cantos da boca do soldado se ergue num meio sorriso.

— Você é inacreditável. — fala.

— Isso é um elogio? — a loira cruza os braços, erguendo as sobrancelhas.

Percy morde o lábio.

— Talvez.

E Annabeth é incapaz de se conter. Dá um passo a frente e o puxa pela gola da camisa de linho branco, deixando um beijo naquela boca macia e irritante. Ele demora um tempo para reagir, mas a puxa para mais perto e segura firme em sua cintura. Não há nada de puro ou inocente no gesto, ele é faminto e desesperado.

— Como você ousa insinuar que não amo você? — a mulher questiona, sem fôlego, se afastando alguns centímetros. — Depois de tudo que houve entre nós, como você ousa?

Mas o soldado não responde, apenas volta a beijá-la com urgência. Sentiu mais falta daquilo do que seria capaz de expressar. A língua dos dois se toca e Annabeth sente a si mesma desmanchar. Ele tinha esse poder sobre ela, sempre teve. Era inevitável.

— Então você me ama? — a entonação de Percy é divertida. É óbvio que é, ela cavalgou na chuva para encontrá-lo no meio da madrugada. O ego do soldado deveria estar nas alturas.

— Cada pedaço. — é a resposta simples que dá. Não havia como escapar.

— Que inferno. — ele a ergue do chão. — Eu também.

(...)

A cama era pequena demais para os dois, mas Annabeth não se importou. Se embolou nos braços do seu soldado, fazendo-o de travesseiro, e fechou os olhos.

— Não quero ir embora. — desabafa, aproveitando o carinho dele em seu cabelo.

— E quanto a Hector? Não pode deixar o nosso filho por conta do seu marido idiota.

Ela ri.

— Ele é sua cara, sabia? Fica a cada dia mais parecido com você.

— Bom para ele. Minha beleza é insuperável.