Nota do autor

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Por muito tempo, Neblina existiu somente em meu imaginário, e em meu laptop. Eu sabia como a história devia começar, mas não tinha certeza do que aconteceria depois do segundo capítulo. Foram necessários quase três anos para que eu conseguisse transformar minhas ideias confusas em algo coerente e conciso.

Quando a pandemia eclodiu, quase ninguém da pequena cidade em que moro a levou a sério. Parecia realmente impossível que algo originado no outro lado do mundo pudesse nos atingir.

Estávamos errados.

Do dia para a noite, nossas vidas viraram de cabeça para baixo. Na época eu estava no último ano do ensino médio, e ser obrigado a passar meus dias dentro de casa em vez de estar na escola com meus amigos foi a primeira coisa que me abalou. Então o mundo todo começou a morrer, os números aumentando dia após dia, enquanto nós apenas assistíamos, impotentes.

Entre o medo infindável e o tédio crescente, decidi que precisava fazer alguma coisa para fugir da realidade — talvez criar uma nova realidade.

Foi assim que Neblina surgiu, da necessidade de me contar uma história envolvente e distrativa. Depois, outros fatores me serviram de motivação para continuar escrevendo. Um grande abalo emocional me apresentou o luto pela primeira vez em minha vida, assim servindo de inspiração para que eu retratasse este sentimento na jornada de meu protagonista. Os personagens — que, de um jeito que não consigo explicar muito bem, desenvolveram consciências e vontades aquém às minhas — me deixaram tão profundamente intrigado a ponto de eu precisar continuar escrevendo. A própria liberdade de criar um mundo totalmente novo e implantar nele qualquer elemento que eu quisesse também foi um incentivo notável.

O processo foi longo — talvez mais longo do que o necessário, eu admito —, mas aqui estamos agora, no resultado final.

Sempre quis que Neblina funcionasse como um agente intermediário entre as histórias clássicas de fantasia que eu tanto amo e as mais contemporâneas. Mas minhas inspirações acabaram não se limitando somente ao nicho da fantasia — distopias e thrillers psicológicos também compuseram a lista. Fora isso, eu queria escrever algo que se comunicasse diretamente com o leitor em vez de deixá-lo perdido com uma enxurrada de nomenclaturas e um cânone muito complexo.

Acredito que minhas expectativas foram atendidas. Agora espero que você, leitor, possa se apaixonar por essa história, por esses personagens, e por esse mundo, tanto quanto eu.

E a melhor parte é que este é só o começo.

NeblinaOnde histórias criam vida. Descubra agora