Valerie Walker não acredita em acasos. Não, ela acredita em destino, como poderia não acreditar? Principalmente quando ela precisou passar por aquele corredor, naquele dia, naquele horário, pela primeira vez na vida e o encontrou.
Em seu último ano...
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.✦. Estar de volta em casa era maravilhoso, decidi chegar de surpresa, avisei apenas ao meu pai, que me buscou no aeroporto. E nada me fazia mais feliz do que ver Amaelie surpresa ao me ver, já pulando e me puxando pra um abraço assim que me reconheceu. Minha mãe ficou sorridente o resto do dia, e Thomas, um pouco mais reservado, como sempre, ficou por perto o tempo todo.
Enquanto eu tirava um cochilo em meu quarto, Amaelie e Thomas estavam vendo um filme na minha televisão, deitados ao meu lado. Eles queriam aproveitar ao máximo seu tempo ao meu lado, e eu compartilhava do mesmo sentimento. A pior coisa sobre estar fora de casa era a saudade.
── Ollie... ─ ouvi Thomas sussurrando, mas não estava completamente desperto ainda. ─ Ollie... ─ dessa vez seu sussurro foi acompanhado de um leve empurrão em meu ombro.
Finalmente despertei, percebendo que o filme havia acabado e já estava escuro. Amaelie dormia entre Thomas e eu, e ela estava abraçada ao meu braço.
── Oi, Thommy, está tudo bem? ─ questionei, coçando os olhos na intenção de despertar melhor. O voo foi muito cedo e acabou comigo.
── Sim, mamãe está chamando pra escolhermos onde vamos jantar, e a Ame dormiu.
── Vou falar com ela pra pedirmos algo, estou muito cansado e a Ame também aparenta estar.
── Pode ficar, eu falo com a mamãe. Leva a Ame pro quarto dela ─ Meu irmão diz, antes de sair do meu quarto.
Observei Amaelie dormir serena agarrada ao meu braço. A garotinha estava com o rosto encostado entre meu braço e o lençol, e sorria com o conforto que o cheiro a transmitia. Não pude deixar de sorrir com aquele. Eu sentia muitas saudades de casa, e eu podia imaginar o quanto era difícil pra Amaelie e minha mãe terem que viver sozinhas por grande parte do ano.
Thomas está na Fórmula 4, meu pai o acompanha de perto, e quando pode, está me acompanhando também. Amaelie compete no hipismo, mas por ainda ser nova, está nas categorias básicas e regionais. Mamãe a acompanha em todas as competições. As duas, juntas, sentem a maior falta da nossa presença, e apesar de estarem sempre juntas, muito ocasionalmente as agendas de todos coincidiam. Mamãe sentia falta de seus filhos e marido, Ame sentia falta de seu pai e irmãos mais velhos.
Apesar de eu ser o único que está sozinho na maior parte do tempo, ainda sinto que as duas são as mais afetadas pela saudade. Amaelie é nova e já tem que lidar com a separação de sua família na maior parte do ano e minha mãe precisa estar longe de seus filhos mais velhos por, pelo menos, metade do ano.
── Ollie... ─ Amaelie chama quando estou a levando pra sua cama em meu colo. Sua cabeça está deitada em meu ombro e ela quase não cabe nos meus braços, sinal de que o tempo passou rápido demais.