prólogo.

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Dizem que a adolescência, pode ter dois lados: Uma dose absurda de serotonina, repleta de memórias, festejo e amigos ou, uma solidão conflituosa, cujo os sentimentos se resumem a não ser pertencente ao mundo. Colin e Penélope eram a amostra grátis, que validava essa teoria.

Colin, um jovem da alta sociedade inglesa, cresceu diante dos flashes de paparazzis, junto com os seus sete irmãos e seus pais diplomatas, que ganharam notoriedade no ramo empresarial com a Empire Bridgerton, lugar responsável por administrar a carreira de todos aqueles considerados "elite" em Hollywood, com direito a filiais espalhadas por mais de cinco países. Ao longo dos anos, cada Bridgerton ganhou uma "reputação" diante dos tabloides, baseado nos escândalos que se envolviam ou na falta deles. A letra C do alfabeto, não pode escapar da luxúria que o cercava. Colin sabia como se divertir, era popular na escola e desejado por várias garotas, poucos eram aqueles que não queriam uma chance com o rapaz, que apesar de festeiro, era um cavalheiro e se esforçava ao máximo, pra manter a disciplina.
Quando seu pai faleceu, seu mundo desabou e perdeu parte do tom, transformando-se em uma pessoa rebelde e egocêntrica, foi a maneira que encontrou de manifestar seu luto: tentando se livrar dele. Não funcionou, resultou em um coma de cinco meses, depois de bater o carro enquanto dirigia bêbado, que felizmente não tirou nenhuma vida. Mas foi o estopim, recebeu um ultimato da família e com muitas sessões de terapia, voltou a ser o menino amável, dedicado e com sede de vitalidade.

Penélope, "do que adianta ter dinheiro, se não tenho felicidade?" era o que a ruiva pensava, quase todos os dias da sua existência. Desde muito nova, sentia-se o patinho feio entre as irmãs, graças as próprias e a sua mãe, que não poupavam adjetivos negativos para a garota. Se em boas famílias os filhos mais novos eram bajulados, com os Featherington era o oposto, a caçula era no mínimo apontada como estorvo e inútil, nem mesmo ela sabia dizer o motivo do desprezo, já pensou até em perguntar para Portia, mas desistiu quando se deu conta, de que nada justificava uma mãe tratar seu filho daquela forma. Era ultrajante e humilhante.
A sorte de Pen, é a existência dos livros e do seu pai. Incontáveis foram as vezes que ela se trancou na biblioteca da mansão, se inundou nas páginas fictícias, até adormecer com a cabeça pousada nos livros, Archibald fazia questão de comprar todas as sagas que sua caçula quisesse ler, era ele quem a incentivava a dar vida as suas próprias histórias, ele já havia lido seus rascunhos e conhecia o talento de Penélope, um dia ela seria conhecida como uma escrito de nome, era o que ele acreditava e torcia para virar realidade.
Portia e Archibald se casaram quando adolescentes, por pura pressão da família da mulher, mas com o passar dos anos e convivência, aprenderam a se amar de verdade e acima disso, o senhor Featherington aprendeu a lidar com o gênio difícil da matriarca. Desse amor peculiar, nasceu Prudence, Philippa e por acidente, Penélope, que torciam para que finalmente fosse o filho homem, mas não foi. O reconhecimento da família, veio do escritório de advocacia do patriarca, que fazia questão de escolher os casos mais midiáticos para advogar e ganhar visibilidade, consequentemente atrair mais clientes e a estratégia funcionou, além de uma conta bancária com mais zeros que alguém possa contar, Archibald conseguiu entrar para a lista "dos melhores advogados do mundo". Já sua esposa, por nepotismo, era uma atriz renomada, mas seu melhor papel era o de esposa troféu.

Colin estava no último ano do ensino médio, Penélope no segundo junto com Eloise, sua melhor amiga e irmã de Colin. A morena foi a ponte que desencadeou uma amizade entre os dois, Penélope vivia em sua casa desde o dia que se viram pela primeira vez, em um almoço organizado por Charlotte e George, que eram amigos de longa data dos pais de ambas. Elas tinham quatro anos na época, mas foi o suficiente pra amizade perdurar uma vida inteira e com as visitas da ruiva, todos Bridgerton criaram afeição por ela. Principalmente Colin, que fazia questão de incluir ela em todas as brincadeiras.
O tempo passou, eles cresceram e acabaram se afastando mas o carinho era mútuo, acompanhado de boas lembranças da infância, que vez ou outra eram mencionadas nos almoços dos Bridgerton que Penélope comparecia.

Bastou uma festa de colegial, pra mudar o rumo daqueles jovens e do resquício, nomeado de amizade. Colin estava em êxtase, seu time de basquete tinha acabado de adquirir, mais um troféu dos jogos interescolares. Penélope estava decidida a mudar, seria como as outras garotas e aproveitaria a noite como nunca. Por ironia do destino ou não, lá estavam os dois, no mesmo grupo de amigos jogando verdade ou desafio, sem Eloise que gostava de monopolizar Penélope e com um pouco de álcool no sangue. O que poderia acontecer? Na pior das hipóteses, uma ressaca, foi o que pensaram na terceira dose de tequila.

Blue Velvet | Polin.Onde histórias criam vida. Descubra agora