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Notas: Muita coisa muda a partir desse capítulo, espero que não fique confuso e que vocês não queiram me matar. Vai ter flashbacks, pra entenderem o que ou porque aconteceu certos episódios entre eles.

Recomendo que escutem a música, ela descreve bem esse capítulo.

Boa leitura!
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Penelope estava em uma calçada, observando a movimentação ao seu redor, esperava o momento certo para atravessar, quando escutou uma garotinha gritar.

- Mamãe, Eu tô aqui! - A criança acenava desesperadamente, como se não estivesse sendo notada o suficiente.

Com olhos os semicerrados, na falha tentativa de melhorar a visão, não conseguiu ver os traços do rosto da menina, mas o cabelo ruivo esvoaçante era perceptível. Penelope olhou para a direita e esquerda, buscando quem seria a mãe daquela criança, mas o tempo parecia correr ao seu redor como uma esteira, as pessoas andavam em uma velocidade que seus olhos não acompanhavam.

- Você não lembra de mim, mamãe? - Sentiu alguém abraçar suas pernas e se assustou, como sempre. - Você me esqueceu? - A menina, que parecia ter por volta de cinco anos, soava chorosa.

- Claro que não, você é a minha abelhinha. - Memórias desconexas vieram a mente de Penelope, alguns flashbacks com aquela criança e mais alguém, que ela não conseguia identificar quem era.

-Eu preciso ir, mamãe! Promete não esquecer da Agatha? - Pediu em súplica, mas agora parecia animada, estava feliz porque a mãe sabia quem era ela.

- Prometo, de dedo mindinho. - Se abaixou, para ficar na altura da menina e ergueu o dedo, Agatha selou os dedos com um sorriso e quando Penelope foi abraçá-la, a menina sumiu.

23 de junho de 2023.

Penelope acordou atordoada, como todas as vezes, que voltava a esse lugar: O mesmo sonho, com a mesma criança, na mesma data. Podia estar bêbada, cansada ou até dopada, nenhuma opção isentava ela de sonhar com esse cenário, mantendo a memória viva em sua mente. No segundo ano, não tinha se atentado ao dia, já no terceiro, ela lembrou e depois do quarto, desistiu de tentar entender ou fingiu que não entendia, mas no seu âmago, ansiava pelo momento que conheceria a menina dos seus sonhos.

Massageou as têmporas quando sentou na cama, se esforçando pra se manter acordada, o dia anterior tinha sido um misto de caos e exaustão, mas combinou com Eloise que hoje ficaria com as crianças, já que a babá não poderia, dando um dia de folga pra amiga, que era a mãe mais dedicada que ela conhecia e os afilhados, eram as crianças que ela mais amava no mundo.
Viu a tela do celular acender, anunciando uma nova mensagem, tateou a mesa de canto pra alcançar o telefone e ignorou todas as mensagens, exceto a mais recente, que era de Eloise.

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Blue Velvet | Polin.Onde histórias criam vida. Descubra agora