Beautiful people, beautiful problems.

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Não revisado.

17 de junho de 2014.

Amizade é um tipo de amor genuíno, sem laços sanguíneos, com laços de alma. Ter um ombro pra chorar e confidenciar os segredos, desde os supérfluos até os pertinentes e de fato, sentir que o seu coração está em casa, enquanto a mente para estar diante de um dilúvio, é um tipo de conexão rara, que Penélope e Eloise tinham de sobra. Um apoio mútuo, independente de qual seria o problema e a solução, estariam sempre juntas.
Era o que Penélope pensava, enquanto andava pelos corredores da casa dos Bridgerton, depois de muitas conversas com Eloise que acalmaram parcialmente seu coração e anulou a ideia de fuga, embora sua amiga tivesse apoiado e adorado tanto quanto! "Seremos duas melhores amigas, em solo brasileiro, criando uma criança linda" foi o argumento de Eloise, para amiga colocar a ideia em prática.

Agora, de cara pra porta de Colin, a dose de coragem tinha ido embora. Havia marcado com o rapaz, disse que precisavam conversar, mas inventar uma desculpa e adiar o inadiável, seria confortável. Afastou as ideias de desistência, não estava ali por ela, era pela criança que crescia em seu ventre e que também era responsabilidade dele, não seria justo tirar a oportunidade de um filho conhecer o pai e ela sabia muito bem, o quanto pode ferir a ausência do amor familiar.

Bateu na porta com urgência, antes que os seus pensamentos entrassem em divergência pela terceira vez e ela desistisse, nem que tivesse que pular a janela.

- Já vou abrir. - A voz do outro lado, fez o coração da ruiva disparar, era agora ou nunca.

Quando Colin abriu a porta, inspecionou cada detalhe de Penélope, bem vestida como sempre e muito cheirosa, mas não podia deixar de notar o aspecto do seu rosto, os olhos inchados e avermelhados, que evidenciava que ela tinha chorado recentemente. Se preocupou com o motivo da visita, quis urgentemente saber o que estava acontecendo e se Eloise sabia, já que eram melhores amigas.

- Eu posso entrar? - Coçou a garganta depois da pergunta, fazendo Colin voltar a realidade.

- Claro, fica a vontade! - Segurou uma de suas mãos, conduzindo-a para dentro do quarto e trancou a porta, não queria que fossem interrompidos. - Você não apareceu no colégio, nem a minha irmã, fiquei preocupado.

- É por isso que eu estou aqui. - Respondeu baixo, desviando o olhar, estava mais difícil do que idealizou.

- Aconteceu alguma coisa com a Eloise? - Preocupou-se ao perguntar e sentou na cama, de frente pra Penélope. - Senta aqui, você tá pálida.

Se juntou a ele na cama, tendo uma visão mais ampla do seu rosto, que tinha uma expressão confusa e apreensiva. Penélope mordia a própria bochecha de ansiedade, tentando lembrar a si mesma do motivo pelo qual ela estava ali.

- Eu tô grávida, Colin. Depois daquela noite, não transei com mais ninguém, então eu acho que você sabe o que isso significa - Anunciou com a voz firme, abrindo a bolsa para entregar os testes a ele. - Eu fiz ontem.

Penélope poderia ser chamada de Medusa, porque Colin parecia petefricado. Sem reação, analisava os testes, todos positivos. Seu coração acelerou e a boca secou, processando a maior notícia que poderia receber: Ele seria pai.

A falta de uma resposta deixou Penélope nervosa, ela havia passado pelo mesmo no dia anterior, mas preferia que ele gritasse ou enchesse ela de perguntas, qualquer coisa que desse um direcionamento pra ela saber sua reação. Sentiu seus olhos encheram de lágrimas, escorrendo de maneira incontrolável por sua bochecha. Malditos hormônios.

Colin ergueu a cabeça, voltando sua atenção a garota chorando e se sentiu culpado, não podia nem imaginar o que ela estava sentindo, não queria agir de uma maneira que a machucasse.
Passou o polegar abaixo dos olhos de Penélope, foi uma tentativa falha de conter suas lágrimas, mas de alguma forma era melhor do que o silêncio.

Blue Velvet | Polin.Onde histórias criam vida. Descubra agora