Bobo, ameixa.

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Bobo, Ameixa.

Quando comparece esta bruma,
em meu intangível corpo,
sou capaz de devorar o Sol todo.

Por ti, meu amor;
seja o que for,
eu sou bobo — deveras oco.
Errei, não foi pouco,
reconheço; sofro,
mas jamais permitirei,
você desta dor sentir o sopro.

Deixa, deixa, deixa, ameixa.
Que tudo aquilo padeça.
E que eu me compadeça.

Siga-me, meu amigo,
brincaremos até o frio da madrugada,
tu és a matéria que me ajuda;
me escuta, em eterna luta.
Guardar comigo este frio remorso,
é o mais eficaz suicídio,
e a mais cruel covardia.

Perfumada PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora