Finalmente tinha pegado todas as minhas roupas, desço as escadas dando uma última olhada na sala e observando o quadro da cantora na parede. Dou um sorriso com as lembranças da minha mãe escutando sua música dela, saio da casa e observo o "vende-se" numa placa azul e dou as costa, mas não saio do lugar.Era como se eu estivesse presa no chão, olho para o carro e vejo Diego e minha madrinha se aproximarem. Faz uma semana desde o enterro que eu estou convivendo com o Diego e o Bernardo que eu descobri ser sobrinho do Diego apesar de ter me dado bem com o Diego, eu e o Bernardo não nós falamos muito por não termos assunto.
- Está tudo bem? _ minha madrinha perguntou
- Sim, eu só... Pensei em pegar o quadro da cantora. _ menti, não diria que estava me sentindo presa aqui é ridiculo
- A gente pode enviar por correio. _ Diego sugeriu e minha madrinha acenou com a cabeça
- A gente pode passar pra ver ela, uma última vez? _ perguntei, desde o enterro eu vou ao cemitério, não para lamentar mas para contar a ela como eu estou.
- Claro, mas não vai ser a últimas vez. _ Minha madrinha falou
Fomos para o carro e como já era de se esperar Bernardo estava largado no banco, eu sorri e neguei com a cabeça, essa é tipo a pose padrão dele. O mesmo arqueou sua sobrancelha e eu entrei no carro que foi em direção ao cemitério. Abri a porta quando o carro é estacionado e desço, todo saem juntos comigo. Bato a porta do carro e vou seguindo, mas me viro ao ouvir passo atrás de mim.
- Eu posso ir sozinha... por favor? _ pedi
- Claro, querida. _ minha madrinha me abraçou
Sai dali segurando um colar no meu pescoço, um dos sinais claro de nervosismos. Mas ao chegar a onde está a lápide da minha mãe dois garotos estavam parados na frente, me aproximei e ao olhar para a lápide completamente suja de tinta de sprey, olhei para os meninos confusa.
- Sua mãe era uma boa médica, ela me salvou..._ um dos garotos disse
- O que você tinha? _ perguntei olhando de cima a baixo
- Ah... problema no coração. _ ele disse confiante e eu sorri
Olhei para o menino de casaco, algo redondo dava relevo em seu moletom branco, olhei para trás e vi minha madrinha abraçada em Diego e Bernardo enconstado no carro olhando a tela de seu celular.
- Minha mãe era neurocirurgiã , então qual a merda do seu problema? _ perguntei empurrando ele que me olhou surpreso
- Qual o seu problema menina? _ ele perguntou gritando
Dei uma volta e puxei o moletom branco do menino, que deixou cair a lata de sprey de tinta de cabelo... de carnaval, eu senti meu sangue ferver. O que levaria eles a fazer aquilo, peguei o sprey do chão e apertei na cara do que antes escondia o sprey que rapidamente levou a mão nos olhos gritando.
- Você é doida? _ o outro questinou
- Sou, que merda é essa e por quê fizeram isso? _ gritei - Você é um moleque frustrado e idiota, qual a porra do seu problema. _ Gritei na cara do menino que me empurrou para manter distância
- Morgana o que é isso? _ minha madrinha perguntou e eu apontei para o túmulo
- Olha o que ela fez com o meu amigo. _ o menino disse enquanto o outro tentava abrir os olhos
- Tomara que infeccione e atinja seu cérebro. _ disse virando para ir embora
- Pena que sua mãe não vai estar aqui para operar. _ ele disse e eu virei acertando um soco em sua boca
Assim que soquei ele veio para cima de mim, mas Bernardo entrou na frente e minha madrinha me puxou para trás esperando por uma briga. Mas os meninos se viraram e foram emborar " Tomara que fique cego" só conseguia pensar nisso quando senti os pingos de chuva que foram engrossando e derretendo a tinta da lápide. Nós corremos para o carro e damos graças quando sentimos a chuva grossa batendo no teto do carro, olhei para a janela e para o túmulo que tinha tinta escorrendo e sorri.
- Que belo soco hein, isso você puxou de mim. _ minha madrinha sorriu e eu sorri junto
- Meu punho doí, mas foi mesmo _ disse e ela cai na gargalhada
Seguimos até o aeroporto e dispachamos a babagem, apenas meu celular e uma bolsa de costa foi comigo, minha madrinha me entregou a nota de onde era minha cadeira e eu segui o corredor, era duas cadeiras atrás da minha madrinha eu me sentei e Bernardo sentou ao meu lado. Eu senti minha respiração irregular e tentei controla-la é ridiculo eu sei, mas eu tenha pânico de altura e bom considerando que vamos ficar no ar por sete horas, mas um havia não caí frequentemente certo? Peguei meus fones e fiz a proeza de derrubar meu celular no pé de Bernardo que se assustou com o barulho do celular, peguei o celular e me afundei no assento desistindo de fazer algo, ouço alguém fugar e levanto rosto indignada.
- Que foi hein? _ perguntei olhando para o menino
- Tem medo de avião? _ ele perguntou
-Niguém tem medo de avião, eu tenho medo de altura mesmo
- Você é idiota? _ ele perguntou arqueando as sobrancelhas
- Você é insensível. _ sussurrei para mim
- Você é estranha.
- E você é burro, sabe nada do português normal.
- Jésus, fille ennuyeuse. _ ele disse
- Francês, sério? Sua pronuncia é bonita queridinho, toma seu biscoito. _ disse rindo dele
- Olha estamos partindo. _ ele apontou para janela
Nesse momento vejo que o avião está se movendo e enfim sair do chão fecho meus olhos e tento não sentir meu estomâgo embrulhar. Meu fone estava quase no máximo e então adormeci e só acordei quando a voz do piloto ecooava " Pousaremos em 20 minutos." olhei para Bernado que continuava de olho fechado, eu dormi durante sete horas e saímos do Brasil nove da manhã e contando pelo fuso horário nós chegamos era quatro horas, mas em Portugual por ter o fuso horário com quatro horas de diferença já constava no relogio do Bernardo que eram oito da noite.Sinto o empacto e abro levemente a janela já podia ver as luzes do aeroporto e o recomeço.
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A procura do assassino
Teen FictionApós a morte de sua mãe, Morgana tinha perguntas não respondidas e também tinha o desejo de ficar cara a cara com o assassino da pessoa que ela mais amava. Mas o desejo de recomeçar com sua madrinha era maior, isso ocorrerá bem?