Dois garotos, um está no hospital a desde que nasceu, o outro descobriu uma doença. Um deles não pode receber contato físico por conta de sua doença transmissível, o outro um garoto fofo e que sempre vê o lado bom da vida. Duas vidas que estão em ri...
Já fazia quase uma hora que seungcheol tinha saído do quarto para entregar a carta a seungkwan, eu me encontrava nervoso, aquela espera era algo angustiante. Já estava quase dormindo novamente quando ele entra no quarto me fazendo quase pular da maca com o susto da porta batendo.
-Que susto! Pensei que tinha morrido. -pouso minhas mãos em meu peito e respiro fundo ainda tentando me recuperar do susto que tinha tomado.
-Bobo! -ouço uma risada leve dele ecoar pelo quarto- enfim, o kwan ficou muito feliz por ter recebido uma carta sua.
-Que bom. -me ajeito pra dormir novamente, vejo um olhar nada agradável se formar no rosto do médico em minha frente, se eu não o conhecesse bem diria que ele iria me matar.
-Hansol Vernon chwe!! -tomo um leve susto com seu tom ríspido oque me fez o olhar indignado- poxa, você não consegue ver que o garoto gosta de você? Poderia ter o mínimo de empatia ou carinho por ele.
-Olha aqui seungcheol -me levanto da maca já sentindo meu sangue ferver, última coisa que eu gostava era tomar sermão de alguém que nem tinha autoridade pra isso- se ele se "apaixonou" o problema é totalmente dele, eu não tenho nada haver com isso! E outra, eu já sou bem grandinho pra receber sermão, deixa que da minha vida pessoal cuido eu.
-Você tem pedra no lugar do coração, você não consegue ter pelo menos um pouco de empatia por um garoto que tanto tem carinho por você? Seungkwan é uma das pessoas mais doce e amável que conheço, e mesmo assim você se dispõe a perder isso. Você não merece ele!
O olhar calmo do garoto se desfez, ouvir aquelas palavras o fez sentir seu coração doer de dor e rancor, no mundo de hansol ninguém o entendia e muito menos poderia o ajudar. Aquele olhar sem rumo virou um olhar de raiva e frieza, uma luz sombria que nem os maiores raios solares poderiam iluminar.
-Os dias estão cada vez mais duros, e eu tento, tanto tanto disfarçar essa dor no meu peito e esse nó na garganta, mais chegou ao ponto em que eu já não sou mais forte o suficiente, já estou consumido pelo desejo quase incontrolável de desaparecer, pra sempre. -eu olhava bem no fundo de seus olhos procurando algo que eu ainda não sabia muito bem oque era. Eu era duro, mais só eu sei tudo que eu passo e sinto dentro de mim por dezoito anos seguidos, e todos os dias ter que levantar como se tivesse tudo certo e como se o universo fosse justo com todos.
-me desculpe, eu acho que fui muito duro com você! Eu sei que não tem obrigação de gostar de ninguém, e muito menos já se apaixonou por alguém, eu só achei que poderia ser mais amigável com seungkwan pois ele realmente tem um carinho enorme por você. -ele me olhava com seriedade, desvio meu olhar para a janela aonde a lua brilhava no céu.
-Está tudo bem, eu farei isso por você! Eu vou tentar ser melhor com seungkwan. -me sento na maca me rendendo completamente, vejo ele abrir um sorriso e tocar em meu ombro como forma de apoio.
"Em meio a tantos planetas, ele se apaixonou justo pelo mais difícil. A lua"
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Já eram algumas horas da madrugada e eu ainda não conseguia dormir, o quarto já escuro, a noite iluminada. Me levantei da minha cama com cuidado e pondo minhas pantufas, abri a porta do quarto devagar sem fazer barulho, não havia nenhum médico no corredor então eu saí do quarto nas pontas dos pés indo em direção ao gramado para observar as estrelas.
Na medida que me aproximava eu percebi uma pessoa sentada no gramado observando o céu, assim que percebi totalmente quem era um leve sorriso se fez em meus lábios. Hansol estava sem seu porta soros, estava sentado agarrado em suas pernas olhando para a noite iluminada.
-Eu atrapalho? -falo com um pouco recioso com medo de receber uma resposta negativa do garoto, mais diferente do que eu pensei o garoto apenas me olhou com um leve sorriso sem deboche ou raiva.
-Senta aí! Mas por favor, lembre da distância. -concordo com um sorriso animado e me sento no gramado um pouco afastado dele mais ainda sim eu sentia que estávamos mais próximos que o normal.
-Porque está aqui fora? É que você não parece alguém que faz isso diariamente. -agarro minhas próprias pernas por conta do pouco frio que percorria pelo lado de fora.
-Eu gosto de observar o céu, mas eu sempre faço isso da janela do meu quarto mesmo, só que hoje decidi vim ver daqui. -vejo ele arfar fundo me fazendo o olhar sem expressão mais ainda sim prestando atenção nele- e você?
-Eu não consegui dormir, então vim fazer o mesmo que você! Eu também gosto de apreciar a lua, e o sol. -um leve sorriso se fez em meus lábios, ele me olhava mostrando estar prestando muita atenção em cada palavra que saía da minha boca.
-Sabe, eu lhe observo mais do que pensa. -sinto minhas bochechas queimarem, minhas mãos soarem mesmo não estando um tanto calor. Seu olhar ainda estava em mim, ele não mantinha mais aquela expressão de raiva ou rancor que sempre se via.
-Eu também lhe observo muito! Mas do que pode imaginar. -abro um leve sorriso envergonhado, ele abre um sorriso soprado e volta a olhar para a lua oque me incentivou a fazer o mesmo.
Ficamos assim por um tempo, hansol continuava com seu olhar sobre a lua e as estrelas, enquanto eu apenas o olhava apreciando a vista que tinha sobre seu rosto. Ele poderia até negar, mais seus olhos transmitiam o brilho da lua. Antes que eu percebesse seu olhar não era mais para o céu, e sim para os meus olhos.
-Lembra da primeira vez que me disse sobre os espinhos das flores?! -ele diz olhando em meus olhos ainda sem expressão alguma, apenas concordo confuso por ter tocado naquele diálogo de dias atrás- eu acho que meus espinhos estão sendo cortados.
-Seus espinhos sempre foram como um escudo, e eu sempre os quiz eliminar, mais você nunca me deu abertura pra isso.
-Eu passei pelos momentos mais escuros da minha vida sozinho. Perdoe-me por agir como se não precisasse de ninguém.
