ᴄᴀᴘɪᴛᴜʟᴏ 02

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"Primeiro Akuma"

🐝🐝🐝

De manhã cedo fui despertada pela voz tímida da garota que dormiu comigo essa noite. Esfrego meus olhos levemente sentindo minha cabeça latejar, acho que eu não devia ter ido dormir tão tarde.

- Bom dia...

- Bom dia, Chloe. Ai meu Deus, você está bem? - sento lentamente na cama e suspiro fundo, já imaginando que minha cara devia estar péssima.

- Estou bem, ruivinha. Só preciso molhar a cara!

Saio da cama, arrepiando meus pelinhos pelo vento que passa pelo meu corpo. Em passos de tartaruga vou ao closet, caçando meu moletom cinza, uma regata branca e um short preto folgadinho que vai até metade das minhas coxas, completando o look com meu all atar rosa bebê. É perceptível o inchaço nos olhos e nariz vermelhos, as olheiras pesadas complementam para meu estado deplorável.

- Aqui Chloe, use isso! - ela me entrega um óculos de sol muito provavelmente custando mais que meu rim e eu nego, mesmo sabendo que possa ser útil.

- Não preciso esconder as aparências, ruivinha. Mas obrigada! - a abraço pelos seus ombros levemente tensos, porém não demora para meu abraço ser retribuído. Droga, quero chorar de novo!

- Sabe que pode contar comigo, né? - aceno positivamente, apertando-a mais.

- Sei muito bem.

Não tem como eu simplesmente chegar e falar: "então miga, eu sou de outra vida e reencarnei na sua amiga com síndrome de Juliette". Porra, vão pedir pra me internar em um hospício.

Desfaço o abraço e terminamos de nos arrumar para meu novo inferno particular. Eu quero minha cama!

Peço para fazerem um lanchinho saudável para nós duas, me despeço de Armand e vamos de carro até a escola, novamente tento ficar atenta ao caminho, mesmo com o sono pensando em minhas pálpebras. As ruas eram agraciadas pelos raios solares, resultando em um aspecto admirável para meus olhos, mesmo as casas tendo o mesmo modelo. O social começava a aparecer aos poucos e reconheço alguns figurantes de cenários no meio. São tão judiadosinhos'.

Em poucos minutos paramos em frente ao colégio Françoise Dupont e agradeço ao motorista. Droga, não consigo respirar!

- Chloe, tem certeza que você está bem?

- Não.

- Tem algo que possa fazer?

- Me levar de volta pra casa! - o olhar ciano assustado muda para um irritado e riu nervosamente pela piada com um toque de verdade. A outra sai me arrastando a lamentos meus e acredito pelos suspiros de espantos que essa seja uma cena incomum em suas irrelevantes vidas.

- Sabrina, eu não quero lidar com seres humanos agora!

- Aceite sua realidade, Bourgeois! - a audácia nos faz gargalhar altamente, aliviando internamente as conturbações dos meus pensamentos da noite anterior.

Continuo sendo arrastada por Sabrina até entrar no laboratório de ciências e através dos olhares da turma, desvio o olhar para o chão timidamente. Porra que sufocante!

𝙉𝙚𝙬 𝘾𝙝𝙡𝙤𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora