• Comentem muito e eu prometo que logo tem mais atualização •

"Eu posso tentar..." Digo hesitante ao vê-lo pela décima vez tentar atravessar agulha sob sua pele e falhar

"Você desmaiou assim que viu meu sangue" Nega com a cabeça e volta sua atenção pro machucado. Eu não posso ser tão inútil assim, posso?

"Você não disse que eu ia aprender? Não posso ter medo de sangue" Dou de ombros. "E eu tenho uma ideia melhor do que isso" aponto para a agulha dando a volta no balcão. Ele me encara desconfiado mas então sinaliza pra eu continuar, seus olhos me acompanhando "você tem mel?"

"Prateleira atrás de você" Pego o recipiente e e coloco sob a mesa

"panela?"

"Nesse armário debaixo da pia" Gesticula com a cabeça.

Coloco o mel dentro da panela e acendo o fogo. "Eles falaram alguma coisa?"

"Não, só queriam pegar você, pelo o que pude perceber. É por isso que é importante você ficar sempre perto de mim."

"E como que.. aconteceu?" aponto pro seu ferimento.

"Eu acertei um dos desgraçados na perna, enquanto isso o outro me atacou por trás e tentou enfiar a faca na minha barriga, como tenho reflexo rápido consegui desviar mas a faca passou superficialmente e rasgou minha pele assim, provavelmente uma lâmina bem afiada, logo em seguida eu atirei na mão dele. Esses dois não vem mais atrás de você, mas sei que irão mandar novos"

Engulo a seco deixando o medo crescer dentro de mim mais uma vez, isso não era certo.

"Meu pai já sabe?"

"Já, ele disse que mandaria os homens dele checarem tudo sobre esses caras. Tenho quase certeza de que alguém subornou o Max pra fazer aquilo com você"

"Homens dele? Desde quando ele tem homens que trabalham pra ele?"

"Cecília, vou ser completamente honesto com você...você não conhece seu pai" Me viro sem dar mais nenhuma palavra e vejo que o mel já estava borbulhando. Pego a colher que estava na pia já e coloco dentro da panela "Ei! Espera aí, vai colocar isso em mim?"

"Não, é pra adoçar sua personalidade horrível" Respondo ironicamente e ele fecha a cara, se ajeitando na bancada "Vai me dizer que está com medinho?"

"Cala boca e faz logo isso" Dispara. Sinto minha garganta formar um bolo quando ele tira a gaze de cima do machucado, estava bem inchado ao redor, e o sangue se recusava a parar de sair.

"Você nem limpou isso aqui, quer morrer de infecção?"

"Já passei por coisa pior"

"Mesmo assim, tem que limpar. Cadê o álcool?"

"Embaixo da pia" Assim que me abaixo pra pegar, ele sai e volta com um bolo de algodão "acaba logo com isso" diz com seu jeito mandão.

Jogo uma boa quantidade de álcool no algodão e pressiono contra sua pele, sentindo minha mão tremer ao ver o sangue tomar conta do algodão. Se controla, você consegue. Respiro fundo e troco o algodão.

"Por favor, não passe mal" Ouço ele murmurar e na hora noto minha posição, eu estava no meio de suas pernas com os joelhos semi dobrados enquanto passava o algodão na pele sensível, não seria muito digno desmaiar nessa posição.

"Não vou passar mal" Digo sem nenhuma certeza, já sentia minha pressão vacilar mas respirava fundo cada vez que sentia meu corpo amolecendo, após alguns minutos de tortura, o sangue já não saia tanto, pego a panela e com cuidado jogo o mel sob o ferimento, ele bate sua mão sob a mesa de vidro e puxa o ar entre seus dentes mas após alguns segundos pude ver seu corpo relaxar enquanto ele engole a saliva lentamente, me apoio em uma de suas pernas e me levanto.

O Efeito Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora