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Peço que vocês interajam, ajuda muito com o engajamento e É BOM QUE VOCÊS COMENTEM SE NÃO VÃO FICAR SEM SABER O QUE ACONTECEU. CHEGAMOS EM 100K, MUITO OBRIGADA.

PS: vocês ficavam falando que estavam confusas, bem vindas as explicações, só não chorem muito 🗣️

"Como você era?...quer dizer, quando você era mais novo?", quebrei o silêncio enquanto andávamos pelo corredor escuro. O silêncio era tão intenso que eu tinha medo que alguém estivesse ouvindo até as batidas erráticas do meu coração.

"Fechado. Não gostava muito de conversar", ele murmurou, ainda se apoiando na parede. Era nítido que ele estava com dor, mas não queria ajuda. Que sofra em silêncio então.

"Também não gosto de conversar", admiti. Um silêncio paira sobre nós. "É o que estamos fazendo né?", dou uma risada irônica. Ouço ele limpar a garganta, achando que não percebi, mas ele tinha achado graça. Reviro os olhos e continuo focada no caminho escuro. Os celulares não tinham sinais, nem mesmo uma barrinha para tentarmos pedir ajuda. Não que tivéssemos muita.

Era só Noah e, no máximo, para ele saber que estávamos nas últimas. Ou pelo menos é isso que vai acontecer se esse túnel não tiver uma saída.

Pelo menos a lanterna era bem forte.

"Tem medo que as pessoas te conheçam? É por isso que não gosta de conversar?", questiono, passando meu cabelo para trás. Aqui era extremamente abafado.

"É o que pensa?"

"Sobre você? Não. Até que você fala bastante comigo."

"Não é isso que quer saber...", sua voz tinha um tom de provocação.

"Ok...teve quantas namoradas?", questiono audaciosamente. Vinnie solta uma risadinha fraca, balançando a cabeça.

"Eu poderia facilmente pensar que você está querendo me conhecer melhor", ele devolve e eu ergo minha sobrancelha, o desafiando a me responder.

"3, tive três namoradas", ele admite.

"Todas mais velhas que você?"

"Com toda certeza."

"Como eu teria certeza se-", me viro imediatamente, mas prefiro não continuar o que ia falar e volto a olhar para frente. "Quer dizer, não faz tanto sentido."

"Por que fiquei com você? Eu não sei, Cecília. Com você as coisas são...diferentes."

"Diferentes?"

"Diferentes."

"Diferente como? Do tipo, você nunca vai conseguir me esquecer se eu morrer aqui?", apresso meus passos, parecendo que estava correndo da resposta. Eu nem sabia de onde vinha a coragem de estar perguntando isso a ele.

"Tenho a impressão que você está se aproveitando da minha fraqueza para me encurralar."

"Se nós morrermos, isso nunca sairá daqui", aponto.

"Diferente como...talvez valha a pena abrir um buraco no meu cérebro para isso...", suas palavras me fazem virar instantaneamente, parando de andar.

"Andou estudando neurociência?"

"Vi em um artigo."

"Quer me falar algo, Vinnie?", cruzo meus braços e ele estreita seus olhos.

"Quando sairmos daqui..."

Silêncio novamente. O barulho de nossos sapatos contra areia faziam barulhos mínimos, era óbvio que nossa energia já não era a mesma de quando começamos a andar, eu pensava por alguns breves segundos estar começando a alucinar vendo sombras aleatórias. Eu só queria ser salva nesse momento, eu não queria mais salvar ninguém.

O Efeito Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora