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Eu estava quente. Muito quente e minha boca estava seca, não havia um lugar sequer do meu corpo que não estivesse pegando fogo, nem parecia que eu estava em Forks e que a chuva castigava o solo desde manhã cedo.

Abro meus olhos e dou de cara com o peitoral de Vinnie coberto por sua camisa me dando conta que era por isso que eu me sentia tão quente, ele estava me esmagando contra o sofá e seu braço espremia minha minha cintura. Era como se ele achasse que eu fosse fugir e ele estava previnindo isso.

Ergo meu olhar tendo uma visão ampla de seu rosto, até dormindo ele parecia irritado, o maxilar travado e sua testa franzida. Sua respiração era lenta e imagino quanto tempo ele não fica sem dormir principalmente agora que é meu segurança, não é como se ele pudesse se dar ao luxo de dormir porquê sabe que nada vai acontecer. Não tem como saber que nada vai acontecer, porquê é exatamente ao contrário.

Sua pele parecia tão macia que meus dedos formigavam com a vontade de toca-lo, sua boca era rosada e bem hidratada, tão hidratada que nem parecia que ele morava aqui em Forks. Às vezes era difícil manter a hidratação da pele num lugar frio desse.

Seu cabelo estava intacto ainda de maneira usual totalmente puxado para trás, na verdade queria que ele parasse de fazer isso, era muito melhor vê-lo com o cabelo sem nada.

Seus dedos afundam na pele da minha cintura em meio ao silêncio e não podia falar que eu me incomodava, eu gostava do contraste que a pele grossa de seus dedos tinham contra minha pele macia, aquilo me dava um leve arrepio que se espalhava em todo meu corpo me deixando refém daquela sensação. Até que seus olhos se abrem e eu imediatamente fecho os olhos com medo de ser pega espiando.

Ele repuxa o ar e sinto suas pernas se esticarem quando penso que ele iria se levantar ou até apontar que sabe que eu estou acordada ele simplesmente me puxa para perto, como se já não estivéssemos próximos o suficiente, derreto facilmente contra o seu corpo e me afundo em seu peito, seu cheiro marcando minha memória no momento.

"Sua irmã vai chegar a qualquer momento" Ele anuncia, obviamente porquê eu não consegui o enganar fingindo que estava dormindo.

"Eu sei." Murmuro desapontada porquê eu queria que a vida fosse só isso, que eu pudesse me sentir segura e me esconder nos braços dele pra sempre, ter essa sensação de calma pelo resto da vida. Mas a realidade estava ganhando de qualquer mísero fruto da minha imaginação e ele se levantou com um solavanco soltando minha cintura, seu celular vibrou enquanto eu sentia o frio me encontrar diretamente e a decepção tomar conta de mim quando ele atendeu o celular e disse:

"Horário de trabalho, sweetie"

Eu queria gritar até sentir minha voz falhar.

Nada que eu tenho é meu.

"Eu sei, mas tive que estender o horário. Mais tarde, ok?" Era impressionante como parecia que ele tinha outra personalidade e novamente eu me pegava querendo ser a Emma. Ela tinha o melhor dele.

Me enrolo no cobertor e me levanto calçando o chinelo. Ele encerra a ligação e se vira dando de cara comigo o encarando com a expressão irritadiça.

"O quê?" Ele questiona. Pego minha faca, a que eu usei para acerta-lo e a puxo do balcão, sem nenhuma palavra vou para o meu quarto.

Naquela noite ele não se despediu, lembro de vagamente ouvi-lo dizer para Noah não se distrair um segundo comigo e depois o barulho do seu carro. Aposto que ele estaria com a Emma agora.

Elena passou a noite no meu quarto, dormindo tranquilamente, me assustava o quanto ela estava agindo normal mas talvez ela lide com as coisas de maneira diferente.

O Efeito Cisne NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora